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Rogério Gentile

Cidade suja

SÃO PAULO - Gilberto Kassab, o prefeito do Cidade Limpa, programa que restringiu a publicidade em São Paulo, está conseguindo agregar um outro aposto ao seu nome. Com tantos problemas na limpeza pública, ele já pode ser chamado de Kassab, o prefeito da cidade suja.

São Paulo virou uma espécie de lixão a céu aberto. É difícil caminhar por uma quadra em muitos bairros da cidade sem encontrar pelo chão latinhas de refrigerante, papelões, móveis velhos, equipamentos eletrônicos quebrados ou coisas do gênero. E claro, fezes, fezes e mais fezes. A cidade está imunda.

A limpeza pública nunca foi um primor por aqui, mas, até o final do primeiro mandato de Kassab, aparecia lá atrás no ranking de reclamações da Ouvidoria municipal. De uns tempos para cá, no entanto, passou a ser um problema muito mais notado.

Em 2011, ficou em quarto lugar, com 6,5% das reclamações, perdendo só para iluminação das ruas, atendimento dos órgãos públicos e jardinagem. Em 2005, era o nono item de queixas, com 2,3% do total.

Até os turistas criticam. Recente pesquisa da prefeitura mostrou que a sujeira é, com a segurança, o maior problema para os visitantes.

É claro que limpar uma cidade como São Paulo não é uma tarefa fácil. Diariamente, em média, são produzidas aqui monstruosas 18 mil toneladas de lixo (residencial, hospitalar, entulho etc.). Mas, se outras cidades grandes do mundo conseguem, por que São Paulo tem tanta dificuldade?

No fim do ano passado, Kassab mudou o modelo de limpeza, prometendo uma melhoria sensível. Novas empresas foram contratadas a um custo de R$ 2,25 bilhões por três anos de serviço e, além da varrição, ficaram incumbidas das bocas de lobo, do entulho e da instalação de lixeiras.

Até agora, nada parece ter mudado. Mas, com oito meses de mandato pela frente, Kassab ainda tem tempo para mostrar se prefere ficar conhecido como o prefeito do Cidade Limpa ou o prefeito da cidade suja.

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