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Rogério Gentile

Mentirinhas de campanha

SÃO PAULO - A eleição municipal mal começou, espremida pelo julgamento do mensalão e pela Olimpíada, mas, mesmo assim, os candidatos já estão completamente desenvoltos, despejando cheques e promessas na praça.

Em um mês de campanha, os quatro principais candidatos à Prefeitura de São Paulo (Serra, Russomanno, Chalita e Haddad) já desembolsaram, oficialmente, quase R$ 15 milhões e fizeram mais de cem promessas.

Serra, por exemplo, prometeu construir mais 217 km de vias para bicicletas (hoje existem 183 km) e um corredor de ônibus na Radial Leste, além de erguer o museu do automóvel, o museu da moda e o museu da canção brasileira.

Haddad não fez por menos.

Disse que vai entregar mil novos leitos hospitalares (hoje atualmente 3.308 na rede municipal), criar o bilhete único mensal e regularizar a situação dos camelôs, além de aumentar a carga horária escolar para sete horas por dia.

É difícil saber o que é efetivamente viável, considerando os custos e a complexidade dos problemas da cidade de São Paulo, e o que não passa da tradicional "mentirinha de campanha". Orientado por marqueteiros e pesquisas de opinião, o candidato promete tudo e mais um pouco. Depois de eleito, só então vai olhar o que é possível fazer de verdade.

O deputado federal Luiz Fernando Machado apresentou um projeto no qual propõe a pena de inelegibilidade para a autoridade que praticar o chamado "estelionato eleitoral". A proposta é evidentemente exagerada, mas, de fato, faz sentido prever algum tipo de castigo para o candidato que iludir seu eleitor.

Uma das possibilidades seria cassar na eleição seguinte preciosos minutos no horário gratuito de TV do seu partido. Imagine a cena: "Este programa foi interrompido em razão do não cumprimento de promessa de campanha". Não sobraria um.

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