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Karine Pansa

Bienal: a vitória do livro

Se, como se confessou, dados do evento foram manipulados no passado, essa não é a prática atual. Uns poucos se omitiram nos debates e agora criticam

A 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, maior evento do gênero na América Latina e terceiro do mundo, somente se viabilizou nessa dimensão graças à união do setor editorial no firme propósito de realizar algo compatível com o significado e dimensão de um mercado decisivo para a inclusão do Brasil na sociedade do conhecimento.

Ao contrário que do que foi afirmado no texto "Bienal do Livro: a conta não fecha", de Raul Wassermann (último domingo, dia 5), a organização do evento, feita com absoluta transparência, foi plenamente aberta aos editores, livreiros, distribuidores e representantes da venda porta a porta.

Os que se apresentaram foram muito bem-vindos na comissão encarregada de pensar o evento deste ano, na qual todas as sugestões foram analisadas.

Alguns poucos, numa atitude anacrônica, preferiram omitir-se ante o chamado democrático da participação, para depois criticarem publicamente seu modelo, com informações parciais e manipuladas.

A verdade com relação ao custo do metro quadrado dos espaços nesta Bienal é que, nos últimos quatro anos, a variação acumulada foi de 15,2%. Trata-se de índice baixo, em especial se considerarmos que os valores estavam defasados por conta da crise internacional de 2008.

O mais importante foi a excelente resposta do mercado. A presença de expositores cresceu 37% em relação a 2010 e sua representação internacional dobrou: passou de 67 para 134 expositores este ano.

A programação cultural, a presença de autores nacionais e internacionais consensualmente convidados com as editoras e o trabalho voluntário de numerosos intelectuais na mediação de debates e painéis tornam o evento muito atrativo ao público, incentivam a leitura e convidam os visitantes à interação permanente com o livro, que ocorre cotidianamente nas livrarias.

A 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo obteve recursos da Lei Rouanet. Do total autorizado, foram captados R$ 2,1 milhões. Com esse recurso, além do custeio do evento, realizaram-se numerosas melhorias, principalmente pensando no conforto do público, objetivando uma experiência diferenciada com o mundo dos livros.

A quantidade de ônibus gratuitos entre as estações de metrô e o parque Anhembi saltou de 20 para 50. Também duplicamos o número de bilheterias, ampliamos e qualificamos a programação cultural e aumentamos a praça de alimentação, um dos gargalos do evento.

Graças às sugestões de todos os que participaram da comissão da bienal, buscamos corrigir e melhorar a estrutura. Os estandes não são luxuosos, mas bonitos e lúdicos, como convém ao universo mágico da leitura.

Essas são as informações transparentes e objetivas sobre a 22ª Bienal Internacional do Livro. Se no passado, conforme se confessou publicamente, manipularam-se dados, é importante que se saiba que esta não é a prática da atual gestão da CBL, nem de tantas outras administrações da instituição.

Por isso, o evento é uma vitória do livro e de todos os que lutam para converter o Brasil em um país de leitores.

KARINE PANSA, 35, empresária do setor editorial, é presidente do Instituto Pró-Livro e da Câmara Brasileira do Livro (CBL)

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