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Uma nova Bienal

A partir de hoje, até o dia 9 de novembro, abre-se ao público a 30ª Bienal de São Paulo. A tradicional mostra reúne neste ano 3.000 obras e atrai à capital paulista visitantes brasileiros e do exterior, além de profissionais ligados a museus e instituições internacionais.

Cerca de mil personalidades estrangeiras foram credenciadas para a festa de inauguração, entre as quais os diretores do Museu de Arte Moderna de Nova York e do Centro Georges Pompidou, de Paris.

Apesar do interesse que a mostra costuma despertar, a Fundação Bienal viu-se com frequência imersa em problemas financeiros.

Em 2008, ficou célebre a chamada "Bienal do Vazio", que explicitou um momento de crise institucional com a decisão dos curadores de deixar desocupado um dos andares do pavilhão projetado por Oscar Niemeyer.

A fundação parece agora reequilibrar suas contas e implementar padrões administrativos confiáveis. O principal fator dessa mudança foi a escolha de um novo presidente, Heitor Martins, que assumiu o cargo em 2009 com a difícil tarefa de desanuviar um quadro de descrédito e falta de recursos.

Além de uma dívida de curto prazo de R$ 5 milhões, a Bienal tinha "esqueletos" relativos a convênios com o Ministério da Cultura (MinC). A instituição não prestou contas de pelo menos R$ 32 milhões de 13 contratos feitos com o governo entre 1999 e 2007.

A omissão levou a Controladoria-Geral da União a declarar a entidade inadimplente, do que resultou o bloqueio de suas contas e o impedimento de captar novas verbas de origem federal.

A fundação conseguiu reverter a situação na Justiça, mas o imbróglio não foi inteiramente sanado. Faltam ainda esclarecimentos sobre o uso daqueles recursos concedidos pela União. A perspectiva, contudo, é de entendimento com o MinC -afinal, seria um contrassenso o órgão inviabilizar a Bienal.

Para a presente edição, o orçamento foi de R$ 22,4 milhões, financiado na maior parte pela Lei Rouanet (65%). O restante dividiu-se entre doações livres de incentivos fiscais (17%), verbas da prefeitura (9%) e do Estado (7%), além de oferecimento de serviços como bilhetes aéreos e hotéis (2%).

Ao fim de seu mandato, Martins declara-se otimista quanto ao futuro. Já é hora, com efeito, de a Bienal trilhar o caminho da gestão profissional e superar o passado de crises financeiras.

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