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Editoriais Alerta no mar O vazamento no campo do Frade, na bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, expôs a fragilidade dos mecanismos governamentais para controlar ou minimizar acidentes na atividade petrolífera. Passadas quase duas semanas desde o início do problema, no dia 7 de novembro, não se sabe sequer o volume de óleo que escapou para o oceano. Também não foi esclarecida de maneira categórica a causa do derramamento. A Chevron, empresa norte-americana responsável pelo campo, calculava em 650 barris a quantidade de petróleo que teria contaminado o mar. Outras estimativas variam de 2.300 a 15 mil barris. O volume, mesmo no cálculo mais elevado, ainda é uma gota se comparado ao que ocorreu com a explosão na plataforma Deepwater Horizon, no golfo do México, no ano passado, quando quase 5 milhões de barris de óleo poluíram as águas, no pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. O caso, no entanto, deve servir de alerta. A exploração de petróleo em alto-mar traz riscos intrínsecos. Com a ampliação da exploração no pré-sal, em profundidades ainda maiores, a possibilidade de acidentes graves irá aumentar. Na época da tragédia do golfo do México, o governo brasileiro anunciou a elaboração de um plano de contingência contra o derramamento de óleo. Mais de um ano depois, anuncia-se que o projeto só deverá ser concluído no primeiro semestre de 2012. A resposta precária ao vazamento em Campos só reforça a necessidade de que o plano fique pronto o quanto antes. O primeiro balanço efetivo apresentado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) saiu dez dias após o início do problema. A agência afirmou que as causas "parecem ter sido as operações realizadas pela Chevron", enquanto a petroleira culpou uma falha geológica na região. Nessa hipótese, seria de esperar ao menos uma reavaliação dos estudos que levaram à exploração no local. O pré-sal é uma oportunidade para impulsionar o desenvolvimento do Brasil, mas os órgãos responsáveis precisam estar preparados para reagir com presteza e eficiência a eventuais desastres. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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