São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Transplantes
"As sociedades científicas relacionadas à assistência dos pacientes hematológicos (Colégio Brasileiro de Hematologia, Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea) manifestam sua grande preocupação com a crise atual no sistema de transplantes de medula óssea no Brasil. Os seguintes aspectos são particularmente preocupantes: 1) O afastamento do doutor Daniel Tabak da direção do Cemo-Inca trará conseqüências nocivas não só àquela instituição como para todo o sistema de transplante de medula óssea do Brasil devido à sua comprovada competência técnica e ao seu comportamento ético; 2) A insuficiência crônica de recursos para atender a todos os pacientes que necessitam de transplante de medula óssea não-aparentado no Brasil não pode ser maquiada por soluções emergenciais com motivações políticas e sem respaldo técnico, como o credenciamento esporádico de centros de transplante. A implantação de novos centros e o financiamento adequado desses transplantes é uma necessidade urgente; 3) Os profissionais que detêm competência técnica e científica e estão diretamente envolvidos nos cuidados dos pacientes e representados pelas sociedades científicas das especialidades pertinentes não estão participando da definição e da implementação das políticas de transplante de medula óssea no Brasil."
Roberto Passetto Falcão, Colégio Brasileiro de Hematologia, Dante Mário Langhi Jr., Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Wellington Morais de Azevedo, Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (Ribeirão Preto, SP)

Relações produtivas
"Parece que o presidente Lula foi vítima de "mau olhado", pois não consegue passar uma semana sem cometer alguma incontinência verbal. Até num fórum internacional de negócios, na Índia, agrediu, gratuitamente e em tom solene, nossos empresários com um grosseiro "puxão de orelhas", solicitando aos distintos que "parem de reclamar e aprendam a fazer negócios". No Brasil, com a carga tributária ultrapassando 40% do PIB graças à fome insaciável do governo federal, é cada vez mais difícil a sobrevivência de empresas. Acredito que Lula não veja essa situação pelo fato de que há mais de 25 anos se "aposentou", permanecendo distante do campo das relações produtivas."
Gilberto Araújo (Belo Horizonte, MG)

Corrupção
"Mais uma vez, o presidente do STJ, ministro Nilson Naves, reforça a convicção de que, no Brasil, ladrão rico não fica na cadeia ("STJ liberta 4 condenados por corrupção no Rio", Brasil, 28/1). Não faz muito tempo, ele já havia relaxado a prisão do juiz Nicolau. Agora vem libertar quatro condenados de colarinho branco do rumoroso caso conhecido como "propinoduto". Desse jeito fica impossível acabar com a corrupção no Brasil."
Aloísio de Araújo Prince (Belo Horizonte, MG)

Planejamento familiar
"Em lugar de dar uma página inteira para as inacreditáveis afirmações da senhora Elza Berquó ("País não precisa de política de planejamento familiar", Entrevista da 2ª, 26/1), a Folha deveria dar espaço para a ministra recém-demitida Emília Fernandes. Ela talvez tenha sido a única pessoa neste último século que começou a pensar o planejamento familiar no país. Será que a senhora Elza Berquó não sabe que desde 1970 até hoje a nossa população já aumentou em 90 milhões de habitantes e que um "pequeno crescimento de 2,8%" representa 5 milhões de almas? Isso sem considerar que 30% dos muito pobres, que são, no mínimo, 30 milhões, nem sequer têm condições de registrar seus filhos (o que mascara as estatísticas). Como esperar o tão falado crescimento econômico enquanto os pobres não tem emprego, comida nem educação para viver dignamente. Os pobres também têm o direito de planejar o seu futuro. Abaixo o elitismo demográfico."
Roberto Luís Prates de Noronha (Belo Horizonte, MG)

Auditorias
"Cumprimento o repórter José Alan Dias pelo texto "Rodízio de auditorias vai alterar mercado" (Dinheiro, 25/1). Somente lamento que a consulta realizada se tenha adstrito às "big 4", o cartel que domina a profissão no mundo e no Brasil, ou a prepostos. O mercado de capitais e a sociedade em geral se beneficiarão do rodízio na medida em que ele evita relações longas entre auditores e clientes, o que pode gerar "promiscuidade". Os recorrentes escândalos contábeis indicam que há algo a corrigir no que tange as relações entre as empresas de auditoria e seus clientes."
José Fernando Boucinhas (São Paulo, SP)

Sem mágoa
"São um absurdo as declarações do senador Jefferson Péres, do PDT, na coluna de Luís Nassif de 29/1 ("O senador do Amazonas", Dinheiro). Onde já se viu dizer que um projeto é ruim, mas não se manifestar contrariamente a ele por conta da possibilidade de o senador José Sarney ficar "magoado'? E o que dizer do senhor Antonio Carlos Magalhães, que também acha o projeto ruim, mas, ficou "constrangido" por que gosta de Sarney? É assim que são conduzidas as coisas lá em cima. Enquanto isso, a gente aqui em baixo trabalha para poder garantir os salários deles."
Isabel Cristina de Oliveira (São Carlos, SP)

Confusão
"Meu Deus, o mundo está realmente uma confusão. A Igreja Católica fala dos remédios caros para a Aids ("Vaticano acusa farmacêuticas de genocídio", Mundo, pág. A12, 30/1)? Mas a camisinha não é assim tão caro, senhores clericais! Ah, mas não estamos falando em prevenção, não é? Quando é que a Igreja Católica vai cair na real? Até que isso aconteça, as pessoas vão continuar morrendo. E a Igreja Católica também será responsável, pois condena o uso da camisinha e a terapia com células-tronco embrionárias. Então, assim como pediu perdão pela Inquisição, terá de pedir perdão por isso também. Mas desculpas não salvam vidas, o que salva é a pesquisa."
Andréa Bezerra de Albuquerque, católica, presidente do Movimento em Prol da Vida (São Paulo, SP)

450 anos
"A nota "Noite de Gala - Os vips e os supervips" (coluna de Mônica Bérgamo, Ilustrada, pág. E2, 27/1) traz um equívoco e uma omissão. Não houve na recepção oficial dos 450 anos alas "vip e supervip", mas apenas uma sala reservada, por questão de segurança, tendo em vista a presença do presidente em exercício. Embora a Folha tivesse conhecimento, a coluna oculta que a recepção foi oferecida pelo Bradesco."
Sônia Franieck, secretária de Comunicação e Informação Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Mônica Bergamo - A assessora confirma que existiam dois espaços diferentes para diferentes convidados.



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