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A MENTIRA É UMA DROGA
A maconha é uma droga como
qualquer outra e provoca uma
série de males. O dano é proporcional à frequência com que o indivíduo
faz uso da substância. Mesmo sabendo disso, parcela significativa
dos jovens experimenta a Cannabis.
A maioria deles fumará algumas
vezes e acabará deixando o hábito de
lado, sem consequências mais deletérias para o organismo. Por razões
que a ciência ainda ignora, uma fração dos usuários desenvolverá problemas mais sérios, notadamente a
dependência química, simples ou
cruzada com outras drogas.
É, portanto, papel do educador
alertar para os riscos. O pedagogo,
contudo, não deve nutrir grandes esperanças. Seus alertas dificilmente
impedirão o jovem de provar a droga. Mas servirão para que o faça ciente dos perigos que corre.
Resta saber como deveria agir o
educador quando apanha o aluno fumando maconha. Uma escola de
orientação liberal (construtivista) do
Rio de Janeiro acaba de dar uma resposta. Expulsou quatro estudantes
que admitiram ter fumado durante
uma excursão escolar a Ouro Preto.
O caso ganhou as manchetes dos
jornais porque colegas protestaram.
Dizem que muitos outros também
usaram a droga, mas apenas os quatro que tiveram a coragem de admitir
foram punidos. Com uma ponta de
ironia, deduziram a seguinte máxima: "Não diga a verdade. Não admita seus atos. Minta".
Aparentemente o colégio se excedeu. É claro que houve violação à
norma interna do colégio e à própria
lei brasileira. Ela não poderia passar
impune. A sanção escolhida, a expulsão, parece exagerada. Vale lembrar
que, ao punir apenas os que falaram
a verdade, a escola como que recompensa os que com ela faltaram. O silogismo dos alunos é, infelizmente,
válido. Mentir foi oportuno.
Ou a escola ignora os valores pedagógicos mais elevados ou, ao contrário, age com pragmatismo excessivo.
Está ensinando a "lei de Gérson" -
vale a pena levar vantagem em tudo.
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