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Segurança no Rio
A POLÍCIA Militar do Rio de
Janeiro ocupou nesta semana o morro do Borel e
seis favelas vizinhas com o objetivo de instalar uma nova Unidade de Polícia Pacificadora na região -antigo reduto do tráfico de
drogas. A operação, executada de
forma pacífica, representa mais
um passo na retomada, pelo Estado, de territórios antes governados por grupos criminosos.
A nova estratégia -deflagrada
no final de 2008, com a implantação de um destacamento policial no morro Dona Marta- conseguiu escapar à dualidade que
caracterizava a relação do poder
público com o narcotráfico. Oscilava-se dos enfrentamentos
ruidosos -com operações policiais que não raro levavam à
morte de inocentes- à conivência silenciosa com o domínio do
crime sobre vastas áreas pobres.
A reconquista das comunidades subjugadas por criminosos
reduziu de imediato os índices
de criminalidade nessas áreas.
Ao mesmo tempo, não há indícios de que a violência esteja
simplesmente se deslocando para outras partes da cidade. Em
fevereiro, os homicídios dolosos
no Rio caíram 14,9% em relação
ao mesmo período de 2009 -alcançando-se o menor número de
vítimas nesses meses desde 1991.
A nova política tem, claro, efeitos colaterais. A qualidade de vida nessas favelas melhorou, mas
isso permitiu a elevação dos aluguéis e dos preços dos imóveis.
Além disso, a despesa do Estado
com o programa não é pequena:
para instalar 43 UPPs em 156 favelas, a Secretaria de Segurança
terá de ampliar o contingente
policial em 12 mil homens, o que
deve onerar a folha salarial em ao
menos R$ 144 milhões por ano.
São os custos necessários do
retorno à legalidade. E não são os
únicos encargos que o Estado deverá assumir, depois de proporcionar segurança aos cidadãos.
Também é preciso levar às comunidades os serviços públicos
de que estavam privadas.
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