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Novo acordo
O PACTO automotivo firmado entre Brasil e Argentina na segunda-feira estabelece que, para cada US$ 100
que uma das partes exportar ao
sócio, terá o direito de importar
do vizinho até US$ 195 sem paggar imposto. O comércio que ultrapassar esse índice será gravado com 70% da Tarifa Externa
Comum (35% para automóveis).
A regra procura evitar o aprofundamento do desequilíbrio comercial entre os dois principais
sócios do Mercosul. Em 2005, o
Brasil exportou US$ 3,6 bilhões
em automóveis e autopeças para
a Argentina e importou US$ 1,8
bilhão. Neste ano, até maio, o
Brasil embarcou US$ 1,7 bilhão e
comprou US$ 800 milhões.
O setor automobilístico brasileiro recebeu grande volume de
investimento estrangeiro direto
a partir de meados dos anos
1990. Desde 1994, foram inauguradas 23 plantas e investidos cerca de US$ 18,3 bilhões em montadoras e fabricação de partes e
componentes, ampliando a capacidade produtiva para 3,2 milhões de unidades/ano.
Entre os fatores a explicar essa
escalada de investimentos, destaca-se o potencial do mercado
brasileiro e dos países do Mercosul. Mas essa grande expectativa
de crescimento do mercado brasileiro e do argentino acabou
frustrada. As empresas automobilísticas então buscaram mais
ativamente o mercado externo,
para enfrentar o problema da
elevada capacidade ociosa, sobretudo no período 2000-2002.
Neste momento, as montadoras brasileiras contam com
maiores escalas de produção,
mas as argentinas têm melhor
taxa de câmbio. Com os principais comandos da América do
Sul instalados no Brasil, quase
todas as montadoras estão incrementando a atividade na Argentina. O que se espera do novo
acordo é que ajude a reequilibrar
fluxos de comércio e investimento nos dois lados da fronteira.
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