São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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Novo acordo

O PACTO automotivo firmado entre Brasil e Argentina na segunda-feira estabelece que, para cada US$ 100 que uma das partes exportar ao sócio, terá o direito de importar do vizinho até US$ 195 sem paggar imposto. O comércio que ultrapassar esse índice será gravado com 70% da Tarifa Externa Comum (35% para automóveis).
A regra procura evitar o aprofundamento do desequilíbrio comercial entre os dois principais sócios do Mercosul. Em 2005, o Brasil exportou US$ 3,6 bilhões em automóveis e autopeças para a Argentina e importou US$ 1,8 bilhão. Neste ano, até maio, o Brasil embarcou US$ 1,7 bilhão e comprou US$ 800 milhões.
O setor automobilístico brasileiro recebeu grande volume de investimento estrangeiro direto a partir de meados dos anos 1990. Desde 1994, foram inauguradas 23 plantas e investidos cerca de US$ 18,3 bilhões em montadoras e fabricação de partes e componentes, ampliando a capacidade produtiva para 3,2 milhões de unidades/ano.
Entre os fatores a explicar essa escalada de investimentos, destaca-se o potencial do mercado brasileiro e dos países do Mercosul. Mas essa grande expectativa de crescimento do mercado brasileiro e do argentino acabou frustrada. As empresas automobilísticas então buscaram mais ativamente o mercado externo, para enfrentar o problema da elevada capacidade ociosa, sobretudo no período 2000-2002.
Neste momento, as montadoras brasileiras contam com maiores escalas de produção, mas as argentinas têm melhor taxa de câmbio. Com os principais comandos da América do Sul instalados no Brasil, quase todas as montadoras estão incrementando a atividade na Argentina. O que se espera do novo acordo é que ajude a reequilibrar fluxos de comércio e investimento nos dois lados da fronteira.


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