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RISCO EXTERNO
O ano chega ao fim com excelente resultado das Bolsas de
Valores internacionais, em processo
de recuperação das perdas verificadas no passado recente. O índice
MSCI World Index, que mede a performance no mercado acionário de
companhias com sede em 23 países
desenvolvidos, registrou até o último
dia 22 valorização de 28% no ano.
Quando consideradas empresas avaliadas entre US$ 200 milhões e US$
1,5 bilhão, os ganhos foram de 51%.
São números expressivos, que revelam otimismo quanto ao desempenho da economia internacional, com
base especialmente em indicadores
positivos da atividade econômica
norte-americana e asiática. Esse cenário animador deve, contudo, ser
observado com cautela.
Embora 2004 se delineie como um
ano melhor, ainda não parecem asseguradas as condições para que as
principais economias mundiais ingressem num ritmo sustentável de
expansão. Além disso, a confirmação de que os EUA aceleram seu crescimento sugere que em algum momento, possivelmente ainda em
2004, seus juros irão subir.
Hoje, a taxa básica estabelecida pelo Fed está em 1% ao ano. Não é provável que a autoridade monetária faça algum movimento no primeiro
semestre -havendo quem estime
que os juros permanecerão no nível
atual até a eleição presidencial de novembro. Ocorre que os mercados, a
depender da dinâmica da economia
e das interpretações sobre as intenções do Fed, poderão antecipar a alta
dos juros, gerando turbulências.
Para o Brasil, o melhor cenário em
2004 seria o de manutenção das taxas
de juros em níveis baixos. O país irá
necessitar de um volume considerável de capitais para fechar suas contas no próximo ano, situação que a
atual liquidez internacional favorece.
Obviamente o Brasil não pode depositar suas fichas apenas no jogo
dos mercados internacionais, sendo
recomendável que medidas para estimular o crescimento, atrair investimentos produtivos e reduzir a vulnerabilidade externa sejam perseguidas
com obstinação pelo governo.
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