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PAINEL DO LEITOR
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Juros
"Parabéns pela reportagem sobre
os "spreads" bancários (Dinheiro,
1/2). Ninguém aguenta mais tanta
exploração e ganância dos bancos
brasileiros, que só disponibilizam
empréstimos para quem não precisa. Eles travam a economia brasileira, mas financiam as campanhas
eleitorais, por isso os governos deixam que eles ganhem o quanto querem. E, mesmo cobrando juros altíssimos, são as empresas que pior
remuneram os seus empregados."
JOSÉ CARLOS A. PIRES (São Paulo, SP)
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"Nada é mais importante no momento do que reduzir o "spread"
bancário das taxas de juros. A redução da Selic é importante para sinalizar que a inflação segue dentro
dos parâmetros, mas, para suprir o
fluxo de caixa normal das empresas
e aumentar as vendas via crediário,
os juros reais têm de cair rapidamente. Só com esse estímulo poderoso a atividade comercial e industrial sairá do marasmo.
O governo deveria publicar um
ranking dos bancos que oferecem
juros menores, para estimular a
competição bancária, e reduzir a
cunha fiscal embutida nos juros, assim como cortar mais os depósitos
compulsórios. Antes da crise isso
era muito arriscado, porque aqueceria demais a demanda e tiraria a
inflação de controle. Agora é uma
necessidade imperiosa, se queremos ter algum crescimento baseado em nosso mercado interno."
ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP)
Museu
"Gostaria de parabenizar a iniciativa do governo do Estado de São
Paulo de transformar a Casa das
Retortas em um museu dedicado à
história de São Paulo. Era realmente de se perguntar a razão pela qual
ainda não havia museu dedicado ao
tema enquanto há farto material
mal aproveitado e às moscas nos arquivos e bibliotecas do Estado. Que
o digam a imensa quantidade de
trabalhos sobre a história de São
Paulo que aparecem anualmente,
fruto de pesquisadores intrépidos e
incansáveis na busca de suas fontes.
Faço votos que os curadores do
novo museu, Roberto Pompeu de
Toledo e Jorge Caldeira, consigam
montar um acervo que atenda tanto
ao grande público, sequioso de informações sobre São Paulo, quanto
aos pesquisadores em busca de fontes para as suas produções."
JOSÉ ROGÉRIO BEIER (São Paulo, SP)
Gurgel
"A morte de um portador do mal
de Alzheimer aos 83 anos pode até
soar como um alívio ao sofrimento.
Mas o sr. João Amaral Gurgel não
era apenas um idoso doente. Para
todos os brasileiros que acreditam
nos sonhos pelos quais lutam por
toda uma vida, ele foi um dos símbolos mais dignos. Com o seu desaparecimento, 15 anos após o fim de
seu sonho, a fábrica Gurgel Veículos, fica o triste exemplo do destino
que parece reservado a muitos pequenos empreendedores num
mundo dominado pelo rolo compressor dos grandes conglomerados econômicos e de interesses políticos indiferentes à possibilidade
de desenvolvimento, em todos os
ramos de atividade, de tecnologias
independentes e 100% nacionais."
AFONSO MONTEIRO (São José dos Campos, SP)
Battisti
"Lastimável a frase do deputado
italiano a respeito dos juristas brasileiros, transcrita na reportagem
sobre a extradição de Cesare Battisti (Brasil, 31/1). Se o deputado não
conhece o país, mas apenas algumas "dançarinas" daqui, não tem
moral e nem competência para julgar nossos juristas. Nossa Justiça,
apesar dos entraves e da sobrecarga, é extremamente competente e
heroica, combatendo inúmeras injustiças com firmeza e seriedade."
ROBERTO DE CAMARGO ZANINI (São Paulo, SP)
Jockey Clube
"Perfeita a denúncia de Elio Gaspari sobre a desapropriação do Jockey Clube (Brasil, 1/2). O prefeito
Gilberto Kassab e Clóvis Carvalho
devem uma explicação muito boa
aos munícipes desta cidade. A
quem interessa a desapropriação,
uma vez que é uma área de difícil
acesso para pedestres e ciclistas?
Como pode a prefeitura desembolsar R$ 120 milhões para benefício
de poucos, quando poderia investir
em algo para benefício de muitos?"
LIBERATO MAURO BARISON (São Paulo, SP)
Copa no Brasil
"Brilhante a coluna de Janio de
Freitas (Brasil, 1/2) sobre a "Copa
da leviandade". É uma opinião com
a qual concordo integralmente.
Não me conformo que o Brasil, com
tantas carências -educação, segurança, saúde-, se dê ao luxo de patrocinar uma Copa para satisfazer
as vaidades dos homens públicos
do momento. Aliás, cabe a pergunta: o Brasil tem homens públicos no
conceito definido no "Aurélio'? Se
alguém conhecer um, me indique."
OSMAR CARLOS MEDAGLIA (São José dos Campos,
SP)
Educação
"Parabéns a Emílio Odebrecht
por "A educação na família" (Opinião, 1/2). Infelizmente alguns responsáveis por crianças e adolescentes não assumem suas responsabilidades na educação familiar e atribuem tudo à escola. Escola não é
depósito, e aluno não é ativo fixo,
logo não pode e não deve ser depreciado. A questão relatada é apenas
uma das situações que enfrentamos
nas escolas públicas, que levam os
educadores a um profundo desgaste no exercício de sua profissão."
ANTÔNIO CARLOS FRANCISCO DE OLIVEIRA (Taboão
da Serra, SP)
Bolsa Família
"Em resposta a Rodrigo Borges
("Painel do Leitor", 31/1) que teve
espaço para expressar sua ignorância econômica e sua insensibilidade
social em relação ao Bolsa Família,
digo que empregos existem onde há
consumo, e consumo, onde há distribuição de renda, o que por sua
vez garante uma sociedade mais
justa e segura para todos. Neste país
o eleitor é encabrestado desde que
nasceu a República, e o que lhe foi
ofertado não era peixe e nem o ofício de pescar, e sim um belo e cruel
porrete, além da arte de apanhar
sem reclamar. O Bolsa Família não
é tudo, mas, aliado a outras políticas
sociais, é digno. O que para ele é esmola, para mim é a socialização,
não da crise, mas das oportunidades de construir uma vida melhor."
ARTUR SILVA (São Paulo, SP)
Relógios
"Foi com grande interesse que li o
artigo de Contardo Calligaris "O luxo e o trabalho do artesão" (Ilustrada, 29/1). Uma das mais antigas e
belas indústrias do mundo vem experimentando a renascença graças
ao trabalho de seus artesãos. Nascida há quase três séculos, a relojoaria mecânica sobreviveu com muitas dificuldades, mas altivez, à popularização do relógio baseado na
tecnologia do quartzo. Apesar de
acessíveis -o que é positivo-, os
relógios movidos a bateria carecem
do charme, classe e beleza conferidos por obras de design apurado,
movidas por dispositivos mecânicos fascinantes e de acabamento
impecável. A posse de um relógio
mecânico é um dos maiores símbolos de status e exemplo do tipo de
produto que os novos ricos acumulam, conforme ressaltou Calligaris,
"sem ter o tempo de acumular a cultura mínima para apreciá-los"."
MARCELO MELGAÇO (Goiânia, GO)
Congresso
"A foto dos cartazes dos candidatos no Congresso (Brasil, 1/2) reflete exatamente o caráter dos nossos políticos: são os piores poluidores visuais do país, a ponto de o fazerem na sua própria casa."
SILVIO SANO (São Paulo, SP)
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