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FUNDO EDUCACIONAL
O Ministério da Educação está ultimando os preparativos
para a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que
deverá substituir e ampliar o seu antecessor, o Fundef (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental
e Valorização do Magistério).
Se aprovado, o novo fundo irá contemplar a educação infantil, o ensino
fundamental e o médio em todas as
suas modalidades. Hoje, cerca de 32
milhões de alunos são atendidos pelo Fundef. Com o Fundeb, o número
chegaria a 47 milhões.
Embora a proposta final ainda não
tenha sido divulgada oficialmente,
há aspectos que já se antecipam como problemáticos. Em primeiro lugar, a viabilidade financeira do projeto ainda depende de decisões do governo. Para realizá-lo seria necessário aumentar os recursos federais
vinculados à educação de 18% do total para 22,5%, de modo a garantir os
R$ 4,3 bilhões previstos. Na prática,
isso significa retirar verbas de alguma outra área para as conceder ao
Fundeb -algo em princípio fadado
a gerar conflitos de interesses.
Não deverá também ser uma tarefa
fácil obter a aprovação da área econômica para a proposta -ela que já
deu sinais de compartilhar a idéia de
que as vinculações devem ser "flexibilizadas", e não aumentadas.
Além disso, ainda há questionamentos sobre a oportunidade de
constituir um fundo único para todos os níveis da educação básica. Os
custos e a responsabilidade pela gestão da educação infantil, do ensino
fundamental e do médio são distintos -os dois primeiros cabem aos
municípios e o segundo aos Estados.
Um fundo unificado poderia criar dificuldades no controle das verbas de
cada sistema e em sua destinação.
Embora iniciativas para aumentar
investimentos em educação básica,
como o Fundeb, sejam elogiáveis,
elas não bastam para garantir progressos nessa área. Há algo anterior
que falta à educação no Brasil, que é a
decisão política de tratá-la como
prioridade dentro de uma estratégia
de médio e longo prazo de desenvolvimento do país. Essa oportunidade,
lamentavelmente, o governo Lula já
parece ter perdido.
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