São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Impostos
"Apesar de louvável, a busca do presidente do PDT paulista, Paulo Pereira da Silva, em hastear a bandeira de "não aos juros altos" chega a ser irônica ("Menos impostos, mais empregos", "Tendências/Debates" de ontem), pois baseia seu texto em números e iniciativas que tomaria sem em nenhuma frase abordar a maneira como compensaria esses cortes em impostos. Ora, que os impostos são exorbitantes já é mais do que claro. O que não está claro é como ele pretende diminuí-los, ou seja, o que realmente interessa."
Otávio Henrique Campos Paiva (Barroso, MG)

Máscara
"Agora não tem mais desculpa. Caiu por terra, de vez, a máscara do PT. "Companheiros" que, comprovadamente arrolados em ilícitos e envolvidos com vultosas quantias denunciadas pelas CPIs, foram, no Encontro Nacional do partido, efusivamente recebidos nas hostes partidárias. São vitais no esquema da reeleição do Lula. Resumo da ópera: os componentes do PT não são santos e, sem sombra de dúvida, Lula tinha conhecimento dos procedimentos que vieram à tona. Será que existe petista honesto, como eles sempre apregoaram nos palanques?"
Humberto Schuwartz Soares (Vila Velha, ES)

Farsa
"Cinquenta e dois porcento de nossas crianças terminam o ensino fundamental completamente analfabetas; nosso índice de repetência (20,6%) é um dos mais altos do mundo; nossas escolas públicas geram violência ("Metade dos docentes já foi xingada por aluno", Cotidiano, 1º/5). E o mais assustador é que toda essa farsa é financiada com os impostos que nós pagamos."
Ergógiro Dantas, pedagogo aposentado (Rio de Janeiro, RJ)

Banco Mundial
"Em sua edição de 29/4, a Folha informa sobre a assinatura de um empréstimo do Banco Mundial com o governo de Minas Gerais (Dinheiro, pág. B3). Acredito que os pontos de vista do Banco Mundial não tenham sido transmitidos de forma precisa. Antes de tudo, esclareço que minhas criticas não se dirigiam ao governo do presidente Lula, mas, sim, ao fraco desempenho da despesa pública no Brasil, o que acontece em todos os níveis de governo (federal, estadual e municipal) e é um problema crônico de longa data. Em segundo lugar, em meu pronunciamento e em contatos com a imprensa, disse que: 1) o Brasil tem feito importante progresso, nos anos recentes, na melhoria dos fundamentos macroeconômicos e fiscais, que são condições necessárias para a estabilidade e o crescimento econômicos; 2) existe uma preocupação geral, inclusive pelo governo do presidente Lula, com o baixo crescimento econômico até agora, numa época em que as circunstâncias externas são favoráveis e em que muitos países em desenvolvimento têm crescido a taxas mais elevadas; 3) há amplo consenso no sentido de que os impostos no Brasil são altos, sendo essencial que se trabalhe em várias frentes de reformas -incluindo reformas tributárias e previdenciárias, melhorando a efetividade com que os recursos públicos são utilizados em todos os níveis: federal, dos Estados (Minas Gerais e outros Estados estão engajados nesse processo) e dos municípios. O Banco Mundial mantém excelente relacionamento com o governo do presidente Lula, que tem feito progressos significativos em várias frentes de reforma. Tal relacionamento inclui o apoio do Banco Mundial ao governo federal no tocante às muitas iniciativas que este governo tem feito para enfrentar desafios. Similarmente, o Banco Mundial trabalha com governos estaduais (a exemplo de Minas Gerais) e apóia esforços estaduais para melhorar a qualidade do dispêndio e do gerenciamento dos recursos públicos."
John Briscoe, diretor do Banco Mundial para o Brasil (Brasília, DF)

Educação
"Em referência ao artigo "Classe operária não estuda no Paraíso" (Cotidiano, 25/4), cabe destacar que, a exemplo de outros setores extremamente regulados no Brasil, o setor da educação superior particular prima por cumprir as determinações legais do Ministério da Educação por entender que tal órgão trabalha para garantir a qualidade da educação superior ofertada no país. É essa crença que norteia todo o trabalho desenvolvido pelo setor educacional particular paulista e que fundamenta todo o esforço empregado na busca de soluções capazes de beneficiar um maior número de cidadãos, a exemplo do Prouni, cuja existência seria impossível sem o setor privado. Especialmente no tocante ao estudante, é irrefutável que o setor particular investe seus melhores recursos para propiciar a melhor formação acadêmica possível, pois sabemos o quanto vale um estudante satisfeito recém-egresso de nossas instituições para a nossa perpetuação. Esse mesmo setor, muito além de meramente cumprir os ditames do MEC, tem iniciativas internas que visam à prática diária da ética, único valor que pode garantir a percepção de evolução perante à sociedade como um todo. Assim, só nos cabe frisar que o relatado no artigo trata muito mais da ausência de novas práticas de gestão diante das rápidas mudanças que o segmento do ensino superior particular atravessa. Quanto à atuação do MEC, ela deveria ser preventiva -antes de fechar qualquer instituição ou curso, o ministério deveria intervir para assegurar os direitos dos alunos e, após esse procedimento, fazer o descredenciamento antes que o mercado o faça."
Hermes Ferreira Figueiredo, presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo -Semesp (São Paulo, SP)

Galbraith
"Na década de 80, aprendi com Galbraith que as grandes empresas multinacionais dominam o mercado não porque são competentes, mas, sim, porque são grandes e mais fortes do que as pequenas empresas. Recentemente li, em "A Economia das Fraudes Inocentes", que não existe relação entre alta taxa de juro e redução da taxa de inflação. Pelo contrário, com o tempo, o juro gera inflação. A humanidade sentirá falta da palavra desse intelectual."
Francisco Anéas (São Paulo, SP)

Greve de Garotinho
"Vergonhosa a reação do pretenso candidato do PMDB à Presidência contra as denúncias de corrupção que pipocam na imprensa contra seus doadores de campanha. Quantos políticos já foram alvos de denúncias muito mais graves e nem por isso reagiram de forma tão ridícula? Alguém já pensou nesse senhor como presidente da República? Que liberdade a imprensa teria? Se Lula adotasse a mesma estratégia já estaria morto, afinal todos os dias aparecem denúncias contra o governo petista."
Antonio Toledo César de Paula (Macatuba, SP)

Marginal
"O projeto da Prefeitura de São Paulo de aumentar o número de pistas de rolamento na marginal do Tietê é absurdo, caro e terá resultados inócuos ao longo do tempo. Moro em Santana e utilizo bicicleta para me locomover ir ao centro da cidade e a outras regiões. Como ciclista, vejo o quanto a prioridade aos automóveis é cada vez maior na cidade de São Paulo. Nos principais corredores de circulação não há ciclovias. Isso sim seria um projeto viável e ecológico para a cidade. Retirar o que resta de canteiros da marginal -o que resta de grama e de alguma vegetação- só vai piorar aquela via. Em poucos meses, mais carros e mais caminhões irão ocupar as novas pistas, e os congestionamentos retornarão -tanto nas pistas com pedágio como nas livres. Construir pistas de rolamento é um retrocesso para a melhoria da qualidade do ar da cidade e contribuiu para uma impermeabilização ainda maior do solo -isso sem falar na absurda cifra de gastos para uma obra desse vulto."
Lazaro Maia (São Paulo, SP)


Texto Anterior: Cláudio Gonçalves Couto: Voto aberto e prestação de contas

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.