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PAGANDO DÍVIDAS
Embora tenha registrado uma
diminuição do ritmo de aumento da inadimplência de pessoas
físicas, a empresa Serasa -especializada em análise de crédito- detectou uma elevação de 1% dos endividados em atraso no primeiro semestre deste ano, em comparação com o
igual período do ano passado. Em
relação às pessoas jurídicas, o comportamento observado foi melhor:
de acordo com a Serasa, a inadimplência caiu 16,6% ao se compararem os mesmos semestres.
Ao que tudo indica, a melhor capacidade das empresas de regularizar
os pagamentos de suas dívidas está
relacionada com o reaquecimento da
economia, depois de uma fase de
fortes restrições. Além disso, muitas
delas promoveram ajustes e conduziram renegociações com fornecedores e credores.
O quadro, no entanto, embora menos restritivo, ainda inspira cautela.
Elevação da carga tributária, aumentos de tarifas e preços administrados
acima da inflação e, sobretudo, a
persistência de altas taxas de juros
tendem a continuar dificultando a regularização dos débitos.
Nesse sentido, a análise veiculada
na última ata do Comitê de Política
Monetária do Banco Central (Copom) adicionou uma dose de preocupação ao cenário, que, mesmo
sendo de relativo alívio, ainda está
longe de apresentar uma situação
consolidada e estável de expansão
econômica, notadamente no que se
refere ao mercado interno. Mesmo
que a economia venha a crescer dentro do previsto para este ano, ou seja,
de 3,5% a 4%, as condições para tomar crédito e saldar compromissos
permanecem difíceis.
De fato, ainda se mostram excessivamente elevadas as taxas e
"spreads" praticados pelas instituições financeiras, mesmo considerando que declinaram em resposta
às reduções da Selic iniciadas em
meados do ano passado e interrompidas desde maio deste ano. As perspectivas quanto a uma alteração desse cenário não parecem ser das mais
auspiciosas, considerando que o BC,
temendo a inflação, já admitiu claramente que poderá voltar a elevar a taxa básica de juros.
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