São Paulo, sábado, 02 de novembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Liberdades
"Cumprimentamos esse prestigioso jornal pela publicação do artigo "Liberdade ameaçada" ("Tendências/Debates", pág. A3, 1º11), do jornalista Ricardo Noblat, o que demonstra o seu compromisso com as liberdades democráticas."
Jaqueline Lorenzetti Martinelli, coordenadora-geral do Movimento do Ministério Público Democrático (São Paulo, SP)


DF
"Como brasiliense nata, registro aqui minha indignação com o que vem ocorrendo em Brasília e peço, humildemente, socorro aos meios de comunicação.
Aqui, a alegria ficou prejudicada por um forte sentimento de tristeza compartilhado por todos aqueles que, em detrimento de possíveis interesses pessoais, pensam no futuro da nossa cidade como um futuro justo, democrático, sem corrupção, sem grilagem de terras públicas, sem atos que atentem contra a liberdade de expressão.
Menos de três dias antes das eleições, a cidade ficou estarrecida com a censura imposta ao jornal "Correio Braziliense".
Um dia depois, tivemos a triste e amedrontadora notícia de que os seus diretores haviam pedido demissão.
Em 28/10, metade da população do DF não pôde comemorar a vitória de Lula tamanha era indignação com a vitória do atual governador."
Luísa Braun Galvão (Brasília, DF)

 

"Tenho uma opinião sobre a podridão no DF: cada um tem aquilo que merece e quem não teve opção padece...
Quem teve a capacidade de votar numa pessoa com a retórica do nosso velho e futuro governador merece o que ele tem a oferecer: esmola e viadutos."
Luiz Alberto Higuti (Brasília, DF)


Voto eletrônico
"O editorial "Voto eletrônico" (pág. A2, 30/10) trouxe, sobre a votação eletrônica: "[O ministro Nelson] Jobim [do TSE] pode até estar tecnicamente certo ao afirmar que a impressão do voto não aumenta a segurança do sistema".
Pois eu e algumas centenas de especialistas e de estudiosos do voto eletrônico, reunidos no site www.votoseguro.org, afirmamos e provamos que o ministro Jobim está tecnicamente errado.
Como engenheiro eletrônico, não me arrisco a dar palpites sobre assuntos jurídicos, nos quais o ministro é reconhecida autoridade. E o bom senso indica que o ministro, reciprocamente, deveria abster-se de fazer afirmações (incorretas) em área que não domina. Que o TSE convoque seus especialistas e simpatizantes (até do PT) e promova um seminário técnico aberto sobre o assunto!
Se até hoje eles fugiram de uma discussão séria sobre o aperfeiçoamento da urna eletrônica, é porque sabem que o nosso inconferível sistema eleitoral eletrônico não pode ser classificado como seguro do ponto de vista de nenhum critério técnico (o próprio relatório da Unicamp leva a essa conclusão). Nossos especialistas em segurança de dados estão à disposição. É só marcar data e local."
Walter Del Picchia, professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)


Causas mais nobres
"Li com um misto de tristeza e de revolta a pequena nota "Diário", publicada na coluna de Mônica Bergamo em 30/10 (Ilustrada, pág. E2).
Segundo a nota, a Prefeitura do Rio alocou R$ 45 mil para a aquisição do fardão do mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras.
Não questiono a escolha do novo imortal nem a solenidade da posse. Mas, como contribuinte, considero um desperdício de dinheiro público. A vergonhosa distribuição de renda existente no país justificaria per se a recusa dos imortais em receber tão gracioso presente. Quanto à tradição de doar o fardão aos membros de tão exclusivo clube, ela deveria ser substituída por contribuição para causas sociais mais nobres. Fundem bibliotecas, doem livros para as bibliotecas públicas e para escolas, suplementem a merenda dos futuros leitores, criem cursos de alfabetização... As oportunidades são infinitas e, com certeza, mais dignas e proveitosas."
Célia Würth Teixeira Schreiber (Niterói, RJ)


Eleições
"Quero registrar minhas críticas a Otavio Frias Filho por seus artigos semanais. Lia-se nas entrelinhas a preferência dele pelo candidato derrotado do governo.
Aliás, isso se percebia em toda a imprensa. A sociedade quer mudança, e essa mudança está representada em Lula.
O jornal e os articulistas deveriam ser isentos. Não devem emitir opiniões próprias que possam influenciar a opinião de outros."
Josuel Carvalho da Silva (Suzano, SP)


Esperança
"Parabenizo o professor Paulo Nogueira Batista Júnior pelo brilhante artigo "A esperança e a tentação" (Dinheiro, pág. B2, 31/10). Com uma sábia dose de economia e de psicologia, o artigo sintetiza a verdadeira mensagem das urnas no último dia 27."
Renato Leite Júnior (Salvador, BA)


"PTpongas"
"Venho repudiar a referência a meu nome na reportagem "PTpongas prometem investigar Lula" (caderno E Agora, Lula?, pág. Especial A6, 28/10) sem que me tenha sido dada a oportunidade de contestação.
É lamentável que o procurador Luiz Francisco de Souza continue a utilizar-se de seu cargo para vociferar sua frustração pelo fato de não ter conseguido a mais mínima evidência de que eu tenha praticado qualquer ato ilegal, imoral ou antiético. É necessário que se esclareça que, no presente momento, quem "está no sal", respondendo a processos criminais, administrativos e de indenização por danos morais contra mim, é ele.
E, no desespero, não encontra outra forma de reagir senão repetindo sua lengalenga já mais que desmoralizada. Tenho certeza de que ele estaria melhor se estivesse submetido ao tratamento médico de que necessita.
Até mesmo a declaração dele de que investigará denuncias contra o PT é falsa, já que, como foi noticiado pela imprensa, ele tem em suas gavetas, dormitando, denúncias não apuradas contra membros daquele partido.
Mas é mais lamentável ainda que a Folha se deixe utilizar dessa forma, propagando as ofensas gratuitas desse senhor -e, ainda mais, sem dar ao ofendido o direito de responder, à altura e na mesma notícia, às ofensas recebidas.
É obrigação de um veículo de imprensa respeitável assegurar-se das credenciais daqueles que fazem declarações em suas páginas e não permitir que, por mais respeitável que seja a instituição em que o declarante é empregado, um indivíduo desclassificado use o jornal para tentar afogar os seus recalques."
Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência da República (Brasília, DF)


Miséria e fome
"Em entrevista exclusiva à TV Globo na noite de quinta-feira, o presidente FHC deu a entender que o PT está superestimando os números da miséria e da fome. Acrescentou que, se 97% das crianças vão à escola, então 97% das crianças usufruem da merenda escolar e, assim, comem pelo menos uma vez por dia. Isso seria suficiente para garantir a saúde de uma criança? Não foi considerada a questão mais importante: e as crianças de até sete anos de idade, que não são assistidas pelo Programa Bolsa-Escola? A alimentação no primeiro setênio da vida é tão essencial que praticamente garante a base de saúde para a vida adulta.
Espero que o próximo governo dê atenção especial à pré-escola e à alimentação na primeira infância."
Renata Gouveia Delduque (São Paulo, SP)


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