São Paulo, sexta-feira, 03 de janeiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Desburocratizar
"Se eu pudesse dar um só conselho ao presidente Lula, diria a ele que se lembrasse de uma palavra mágica que é capaz de minimizar -ou até de resolver- a maioria absoluta dos problemas brasileiros. A palavra é desburocratização. Da mesma forma, gostaria de lembrá-lo de que, de todas as reformas, a mais importante e urgente é a da Justiça, pois, se o nosso sistema jurídico funcionasse um pouco melhor, de forma mais justa e mais rápida, todo o resto passaria também a funcionar melhor. O Brasil não precisa de novas leis, mas nossos gravíssimos problemas jamais serão resolvidos se as que já existem não funcionarem. Todos os brasileiros, seja no Executivo, no Legislativo, no Judiciário, nas favelas ou na "torcida do Flamengo", precisam de uma Justiça em que confiem, a que tenham acesso e que seja ágil o bastante para que processos não durem dez anos em média. E que não exista exclusivamente para punir os três "pês': pobres, "pretos" e prostitutas."
Claudio Souto (Rio de Janeiro, RJ)

Orientação
"No Brasil, onde a grande maioria do povo é cristã, creio que se tenha destacado no discurso do novo presidente a sua humildade ao se referir a Deus quando disse: "Peço a Deus sabedoria para governar, discernimento para julgar, serenidade para administrar, coragem para decidir e um coração do tamanho do Brasil (...)". Quando as escrituras sagradas afirmam que, "se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam" e que "feliz é a nação cujo Deus é o Senhor", é com alegria que vemos e ouvimos um presidente submetendo-se à soberania daquele que reina e governa as nações. Que Deus oriente os planos e abençoe os propósitos do presidente Lula."
Arlei Pereira (Jaú, SP)

Aparatos
"Acredito ter sido demagógica a colocação da leitora Maria Aparecida Mafra, feita ontem nesta seção, de que, na sua posse, Lula deveria ter desfilado a pé ou em uma carroça puxada por jegues. Penso que não são os aparatos de uma posse que movem o ideal de um homem. Ele, como presidente que agora é, deve representar o nosso país dignamente -bem-vestido e bem calçado, como esteve na posse-, seja diante de um povo sofrido, que vem de uma seca atroz e que jamais viu um Rolls-Royce, seja diante das várias delegações estrangeiras que vieram para prestigiá-lo. O homem deve ser julgado por seu conteúdo, não por sua forma. As idéias por ele defendidas devem ser colocadas em prática, esteja ele de sandálias ou de sapatos de pelica. Lula pode beber o que quiser, vestir o que bem lhe aprouver e locomover-se como bem lhe agradar. É, afinal, o presidente do Brasil. Mas que não perca de vista todas as promessas feitas ao povo brasileiro. Inclusive a mim, que não votei nele."
Cibele Santini Bonichelli (São Carlos, SP)

São Paulo
"Como eleitor do PT, como ambientalista e como cidadão brasileiro, só posso dizer que me sinto envergonhado e revoltado com a prefeita Marta Suplicy e com a Câmara de São Paulo. Quando votei nela e pedi a meus amigos que votassem na atual prefeita e nos candidatos a vereadores do PT, pensava que alguma coisa iria mudar para melhor. Que nada! Sobre o problema do lixo, pensava que iriam fazer alguma coisa ambientalmente correta, tal como a coleta seletiva e a reciclagem. Mas o que vejo? A prefeitura e essa corja de vereadores só pensando em arrecadar cada vez mais para poderem ampliar seus já desonestos salários -desonestos, sim, pelo pouco que fazem em relação ao coitado do cidadão comum, que tem de ralar para ganhar um pouco mais que um salário mínimo. Assim é muito fácil governar. Agora eu pergunto: que trouxa sou eu, que há muito tempo pego o lixo da minha casa e da firma em que trabalho, separo tudo que é reciclável, pego meu carro, ando por vários quilômetros pelas imundas e esburacadas ruas de São Paulo e entrego numa instituição de caridade? Agora ainda vou ter de pagar mais por isso? E para que pagamos o IPTU?"
Antonio Theodorovicz (São Paulo, SP)

"Não dá para entender como foram deixados fora do Orçamento da cidade de São Paulo mais de R$ 200 milhões ("Câmara de SP "esquece" de incluir R$ 220 mi do IPTU no Orçamento", Cotidiano, pág. C3, 2/1). E são R$ 200 milhões que parte do povo da cidade vai pagar com o suor do próprio rosto. O que fazem os vereadores? Limitam-se a votar a favor ou contra sem analisar o que está em julgamento? O que vão fazer com o dinheiro? Não há dúvida: "Há algo de podre no reino da "dinaMarta..."."
Mario Barbedo (São Paulo, SP)

Fusões
"Não concordo com a Folha quando afirma que, durante o governo FHC, os dois grandes casos julgados pela Secretaria de Direito Econômico foram a fusão Kolynos-Colgate e a aquisição da Garoto pela Nestlé ("Thomaz Bastos indica Goldenberg para SDE", Brasil, 31/12). O maior dos casos, cujo julgamento favorável foi considerado absurdo pela imprensa mundial -exceto pela brasileira-, foi a fusão Brahma-Antarctica, que, sem nenhum sentido, deu mais de 80% do mercado de cervejas à Ambev. O caso Nestlé-Garoto, outro absurdo inominável contra o consumidor, ainda não está completamente decidido. Outros casos envolveram a compra de concorrentes por supermercados. Nenhum foi desaprovado e, na Grande São Paulo, os consumidores, cerca de 38 milhões de pessoas, estão nas mãos de duas cadeias francesas. Vamos esperar que, doravante, a SDE não seja tão influenciável e defenda o consumidor, não os grandes grupos."
Amélia Vasconcelos (São Paulo, SP)

Minirreforma
"Foi com surpresa que li a reportagem "Veto de FHC a MP garante mais recursos para Lula" (Brasil, pág. A8, 1º/1), sobre as "negociações" que envolveram a minirreforma. No ano passado, aconteceu a mesma coisa quando milhares de empresas foram excluídas do Refis -até indevidamente. Agora, enquanto empresas aguardam uma definição para parcelar os seus débitos e voltar para o mercado normal, surgem os casuísmos e os vetos. A imprensa não tem dado o destaque que o caso merece. Aguardo o empenho maciço da imprensa, dos órgãos interessados -como Ciesp, Fiesp, Confederação Nacional do Comércio etc.- e dos empresários, pois temos aí o envolvimento de mais de 500 mil empresas, que necessitam de uma redução na carga tributária para que sobrevivam e mantenham os empregos."
Luiz R. Munhoz (Campinas)

Boas-festas

A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Programa Alfabetização Solidária (Brasília, DF); João Alves das Neves, diretoria do Centro de Estudos Fernando Pessoa (São Paulo, SP); Santos Futebol Clube (Santos, SP); Belarmino Fernandez Iglesias Filho e Ana Lucia Iglesias, Baby Beef Rubaiyat (São Paulo, SP); Sofia Carvalhosa, Sofia Carvalhosa Comunicação (São Paulo, SP); Luiz Fernando Andrade de Oliveira e Silvio Rodrigues, Andrade de Oliveira e Rodrigues Advogados Associados (São Paulo, SP); WN&P Comunicação (São Paulo, SP); Abihpec -Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos- e Sipatesp -Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador no Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Alexandro Teodoro dos Santos (Osvaldo Cruz, SP); Ardevan Machado (São Paulo, SP).



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