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KENNETH MAXWELL
Um ponto de inflexão?
Na segunda-feira passada,
31 de maio, os EUA celebraram
o "Memorial Day". Para muitos, é o primeiro feriado do verão, e as famílias aproveitam
para visitar parentes e ir ao
campo ou à praia.
O "Memorial Day" também
é um dia solene de recordação, dedicado àqueles que deram a vida lutando pelo país.
Originalmente, o feriado era
conhecido como "Decoration
Day" e celebrava os mais de
600 mil norte-americanos que
morreram na Guerra Civil.
O general John A. Logan,
que fazia parte das forças de
ocupação do sul depois da vitória do norte, viu mulheres
decorando com flores os túmulos dos mortos confederados e unionistas.
Como comandante em chefe, em 5 de maio de 1868 ele
promulgou a ordem geral nº
11, reservando um dia "ao propósito de enfeitar com flores
ou de outra forma decorar os
túmulos dos camaradas mortos em defesa de seu país durante a rebelião recentemente
enterrada, cujos corpos hoje
jazem em cemitérios em quase
todas as cidades, aldeias e povoados de nossa terra".
O sul inicialmente não acatou essa iniciativa. Mas, depois da Primeira Guerra Mundial, começou a acontecer
uma celebração mais nacional, que reconhecia todos
aqueles que morreram em todas as guerras do país desde
a Revolução Americana, no século 18.
Em 1971, a última segunda-feira de maio foi designada como feriado nacional para esse
fim. A maior cerimônia acontece a cada ano no Cemitério
Nacional de Arlington, onde o
presidente deposita uma coroa e discursa.
Fora das grandes cidades, o
feriado do "Memorial Day"
continua a ser um evento local
importante, com desfiles de
escoteiros e veteranos uniformizados e condecorados, orações, flores, salvas de tiros e
toques de silêncio.
Neste ano, porém, o presidente Obama decidiu voltar
para casa, em Chicago, para
um "feriado". Não compareceu à cerimônia em Arlington,
na qual foi representado pelo
vice-presidente, Joe Biden. E a
visita de Obama para um discurso no Cemitério Nacional
Abraham Lincoln, em Illinois,
terminou em fiasco. Uma súbita e assustadora tempestade
de raios, acompanhada por
pesado temporal, forçou o
presidente e os presentes a
correrem para seus carros.
Muita gente já estava criticando o presidente Obama por não estar em Washington.
Os EUA, afinal, continuam envolvidos em duas guerras.
E tudo isso aconteceu num
dia no qual os israelenses atacaram a frota que buscava entregar suprimentos de assistência humanitária à faixa de
Gaza e petróleo continuava a
jorrar descontroladamente no
golfo do México.
Uma combinação de circunstâncias nada auspiciosa.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI.
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