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PAINEL DO LEITOR
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Assalto nos Jardins
"Caramba! Nem a absolvição de
Renan provocou tanta indignação
dos leitores da Folha quanto o desabafo justo e consciente de um cidadão que paga seus impostos em
dia (e, convenhamos, isso é mais do
que suficiente) acerca uma violência sofrida. Por que tanta grita? Por
que os leitores do jornal se doeram
tanto com esse artigo?
Só um lembrete: não é obrigação
de Luciano Huck acabar com a violência e a desigualdade. Essa obrigação é dos governantes, que foram
eleitos e recebem montanhas de
impostos para isso. O resto é filosofia barata de botequim."
FERNANDA RAQUEL ALVES (Jundiaí, SP)
"A nossa elite (se é que merece
ser assim chamada) é mesmo patética. Só mostra indignação com a situação do país quando tem o seu
Rolex roubado.
Queria ver Luciano Huck escrevendo um texto tão indignado caso
presenciasse uma chacina no Capão Redondo."
ZECA BALEIRO, músico (São Paulo, SP)
"Ao ler o discurso egocentrado de
Luciano Huck, me perguntei: se ele
desabafa dizendo que "isso não está
certo", o que devem dizer os milhões de brasileiros anônimos que
passam fome e não têm a menor
idéia do que são políticas públicas,
os que não têm luz nem saneamento básico em casa, os que vivem do
salário mínimo, os que convivem
desde criancinhas com os mais sórdidos tipos de violência e os que pegam quatro horas de condução por
dia e são assaltados lá dentro? Isso
só para citar alguns exemplos.
Fica a pergunta filosófica, tão
profunda quanto o desabafo burguês que li: o que é certo?"
ANDREA SOUZA (São Paulo, SP)
"Em São Paulo, há dois milhões
de pessoas vivendo em favelas, segundo dados da prefeitura.
São cidadãos que, apesar de "abrirem mão" de uma moradia digna, de
saúde, de educação e de transporte
de qualidade, direitos mencionados
na Constituição, não cansaram, não
se indignaram nem peidaram, como tem feito a elite brasileira.
O apresentador Luciano Huck terá de abrir mão do seu Rolex, incompatível com um país de contrastes que chegou ao limite. Passar
o dia pensando em "como deixar as
pessoas mais felizes e em como tentar fazer este país mais bacana" não
basta.
Se a elite brasileira não aceita
abrir mão do que conquistou, o povo não consegue mais viver sem o
que nunca teve."
ALFREDO CASEIRO (São Paulo, SP)
"Fico triste em constatar que nós,
cidadãos brasileiros, sendo do "povo" ou da "elite" -atendendo à divisão imaginária que ainda resiste na
mente de algumas pessoas- estamos aceitando a banalização do crime, das ruas à política.
O direito de ir e vir em segurança,
assim como outros direitos básicos,
devem ser assegurados a todos os
cidadãos brasileiros, independentemente da classe social. Portanto
vamos canalizar a nossa indignação
a todas as esferas de governo, sejam
elas federais, estaduais ou municipais, e olhar o apresentador Huck
apenas como mais um cidadão brasileiro violentado nos seus direitos,
sendo esta a questão central."
WILSON APARECIDO DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)
Casa Civil
"Em relação à reportagem "Casa
Civil paga R$ 4 mil a ex da Radiobrás" (Brasil, pág. A5), a Casa Civil
da Presidência da República esclarece que a contratação do jornalista
Eugênio Bucci como palestrante do
ciclo de conferências "A Imprensa
Discute a Imprensa" foi feita diretamente pela Imprensa Nacional, órgão ligado à estrutura da Casa Civil
que possui autonomia administrativa e financeira, nos termos do decreto nº 7.316, de 11 de fevereiro de
1974."
ANA RIBEIRO, assessoria de imprensa da Casa Civil (Brasília, DF)
Cana
"Parabenizo a Folha pela publicação, ontem, do texto da professora Maria Aparecida de Moraes Silva
("Atrás das cortinas no teatro do
etanol", "Tendências/Debates').
Como profissional que trabalha
no município maior produtor de
cana do Brasil (Morro Agudo), sei
que a realidade social descrita pela
professora (exploração e morte de
cortadores de cana) realmente é o
produto do modelo socioeconômico adotado.
Acrescento ainda, como conseqüências da monocultura da cana, a
concentração de terras e de renda e
os graves danos ao ambiente provocados pelas queimadas.
Essa é a sociedade que queremos?"
PAULO HENRIQUE DE OLIVEIRA ARANTES, promotor
de Justiça (Ribeirão Preto, SP)
Drogas
"Parabéns ao colunista Ruy Castro pela abordagem oportuna sobre
a validade de legalizar drogas, entre
elas a maconha ("Lobbies que venceram", 29/9). Afinal, as drogas são
liberadas e legalizadas no Brasil
desde muito tempo.
Vale lembrar que as bebidas alcoólicas e o tabaco são as drogas
mais usadas e abusadas em nosso
meio, são as que geram maior número de dependentes e os maiores
prejuízos econômicos e sociais,
além do grande impacto nas internações hospitalares e no incremento da violência e da criminalidade.
A legalização não impede o comércio ilícito nem garante o controle social necessário a uma maior
harmonia na sociedade."
LUIZ ALBERTO CHAVES DE OLIVEIRA, presidente do
Comuda -Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas e Álcool (São Paulo, SP)
Didáticos
"Como educadora, sinto-me na
obrigação de demonstrar meu repúdio ao uso de livros didáticos para alunos de qualquer nível educacional, mormente os das séries iniciais, para fins de "inculcação" ideológica e político-partidária, qualquer que seja sua orientação.
Isso é um desserviço à formação
dos alunos e um desrespeito à sociedade democrática. Somente vi
isso quando visitei uma escola na cidade de Minsk, na Bielorússia, no
tempo da antiga União Soviética.
Conclamo os educadores brasileiros a se manifestarem sobre este
absurdo que se pretende implantar
na educação brasileira."
IGNEZ MARTINS TOLLINI (Brasília, DF)
Lula no ABC
"Diferentemente do informado
em "No ABC, visita de Lula a universidade vira palanque para pré-candidatos do PT" (Brasil, 29/ 9), não
integrei o grupo que subiu ao palco
com o presidente Lula durante visita às obras da Universidade Federal
do ABC, em Santo André.
Como integrante do Poder Executivo local, fui convidada ao palco,
mas declinei do convite e limitei-me a cumprimentar o presidente
na sala VIP."
IVETE GARCIA, vice-prefeita e secretária municipal de Orçamento e Planejamento Participativo
(Santo André, SP)
Nota da Redação - Leia na seção "Erramos".
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