São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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CARLOS HEITOR CONY

O chão de cada dia

RIO DE JANEIRO - Para falar a verdade, ainda não encarnei no assunto Copa do Mundo de 2014.
Acompanho o noticiário muito por cima, sem ter opinião firmada sobre os detalhes, problemas ou vantagens de uma decisão ou outra.
Já fiz ligeira referência sobre a entrevista que o deputado Romário deu recentemente e foi reprisada várias vezes na TV, em que o craque alertava as autoridades do setor sobre o atraso das obras e a falta de uma infraestrutura -sem a qual o Brasil dará um vexame internacional.
Agora, quando já se fala em tabelas e sedes dos jogos, fiquei espantado com a decisão (creio que ainda provisória) de marcar o jogo final da Copa para o Maracanã, que está passando por uma reforma caríssima e complicada. O velho estádio Mário Filho foi posto abaixo, será realmente o cenário adequado para a final.
O problema é que a torcida carioca só verá a seleção brasileira em campo se chegar à final. Terá de se contentar com as partidas que o Brasil jogará em outros Estados e terá de se emocionar com disputas que não a interessam.
Um estádio imenso, totalmente recauchutado, com os equipamentos mais modernos, poderá servir de cenário para uma final, digamos, entre Camarões e Bolívia -se as duas seleções, contrariando os entendidos, chegarem à final.
Compreende-se o interesse da Fifa em agradar aos governadores que reivindicam jogos da seleção nacional em seus estádios -2014 não é apenas o ano da Copa, é também um ano eleitoral. Muitos interesses estarão em jogo.
Mas futebol, além de uma paixão, é um espetáculo, um dos mais importantes do calendário internacional.
É absurda a possibilidade de impedir o torcedor carioca de ver a seleção brasileira no maior estádio do mundo, no gramado de maior tradição, no seu chão de cada dia.


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