UOL




São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2003

Próximo Texto | Índice

BOLSAS EM ALTA

O índice Ibovespa, que mede a variação das ações cotadas na Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (Bovespa), subiu 97% entre dezembro de 2002 e novembro de 2003, ultrapassando pela primeira vez os 20 mil pontos. O valor de mercado das empresas alcançou US$ 194,9 bilhões em outubro, permanecendo abaixo dos US$ 245,4 bilhões de março de 2000, o que sinaliza a possibilidade de novas altas nas cotações. Todavia, a economia brasileira ainda precisa retomar o crescimento sustentado para que os lucros das companhias confirmem as expectativas de valorização das ações.
Esse movimento "altista" no mercado secundário brasileiro seguiu a tendência global, com as Bolsas antecipando a retomada do crescimento da economia mundial a partir de meados de março de 2003. O valor das empresas nas Bolsas mundiais atingiu US$ 27,3 trilhões em outubro -valorização de 24% no ano. Isso permitiu a recuperação de parte das perdas após o fim da bolha de ações de empresas tecnológicas em março de 2000, quando o valor de mercado alcançou US$ 36 trilhões.
A entrada líquida de investimento estrangeiro na Bovespa, no valor de R$ 5,51 bilhões até outubro, contribuiu para a alta. No entanto, as emissões primárias continuam estagnadas. Houve apenas uma emissão de ações, no valor de R$ 80 milhões. No mercado de capitais (considerando ações, debêntures, notas promissórias etc.), foram realizadas 45 operações, no valor de R$ 3,9 bilhões. Em 2002, as 199 operações levantaram R$ 22 bilhões. Durante o ano, 27 empresas fecharam o capital. Entre março de 2000 e outubro de 2003, 101 companhias deixaram a Bovespa, na contramão da tendência global, já que 2.813 novas empresas passaram a ter ações negociadas nas 33 principais Bolsas de Valores do mundo.
Isso parece demonstrar que o mercado de capitais brasileiro continua esbarrando em limites estruturais. O mercado secundário reage às expectativas otimistas, valoriza as cotações, mas o mercado primário pouco contribui para o financiamento das empresas. O governo, liderado pela CVM, constituiu um grupo de trabalho para repensar os instrumentos (títulos de dívida privada) e os agentes (investidores institucionais e novas empresas) do mercado de capitais. Espera-se que esse grupo de trabalho possa rapidamente coordenar decisões para promover o financiamento do investimento e, assim, colaborar para a expansão sustentada da produção e do emprego.


Próximo Texto: Editoriais: BOICOTE RUSSO
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.