|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
KENNETH MAXWELL
Mercados
e notícias
QUASE TODOS os grandes
jornais dos Estados Unidos
passaram por forte declínio
em sua circulação paga ao longo
dos últimos 12 meses. As três exceções foram o "Wall Street Journal",
que elevou a sua circulação em
0,6%, o "Seattle Times", que registrou elevação de 32,6%, e o "Denver Post", cuja circulação cresceu
61,9%. Mas esses resultados representam grandes exceções à tendência geral. No caso do "Seattle
Times" e do "Denver Post", a alta
na circulação foi ajudada pelo
fechamento do principal concorrente local.
Resultado mais típico foi o do
"New York Times", cuja circulação
se reduziu 7,3%. No "USA Today",
a queda nos últimos 12 meses foi de
17,1%, enquanto o "Washington
Post" caía 6,4%. As perdas no "Dallas Morning News", no "San Francisco Chronicle" e no "Star Ledger", de Newark, foram de, respectivamente, 22,2%, 25,8% e 22,2%.
O declínio do "USA Today" foi atribuído, em larga medida, à queda do
movimento nos hotéis, que respondem por parte considerável de
sua circulação. Mas no "San Francisco Chronicle", o número médio
de leitores diários caiu agora a 252
mil, cerca de metade do total de
seis anos atrás.
Os jornais continuam a oferecer
um olhar crítico quanto ao governo. Continuam a se ver como "o
quarto poder", um elemento essencial no equilíbrio entre os Poderes. Cabe a eles manter honestos os
políticos e empresários, bem como,
ocasionalmente, os juízes e os tribunais. Mas as perdas de receita estão causando grande preocupação.
O colapso na receita publicitária
dos jornais já se tornou catastrófico, atingindo 28% apenas neste
ano, e não é fácil encontrar substituto para essas receitas na internet, que vê acesso crescente, mas
na qual poucos jornais desenvolveram métodos seguros de explorar
comercialmente o acesso a essa nova fonte de informação.
Todas as grandes redes de televisão também sofreram perdas de
audiência, e o mesmo se aplica à
CNN, que vem sendo uma pioneira
das notícias televisivas há 30 anos,
mas viu três de seus quatro programas noturnos caírem à quarta e última posição entre as redes noticiosas a cabo.
Enquanto isso, as redes de TV a
cabo identificadas com causas políticas ganharam considerável vantagem, estimuladas pela rivalidade
entre a Fox News Network e a
MSNBC, à direita e à esquerda, respectivamente. A Fox News lidera
em termos de audiência no telejornalismo com os programas de opinião apresentados por Bill O'Reilly
e Sean Hannity.
Não é um quadro encorajador. E
explica muito sobre as dificuldades
correntes para estabelecer um
consenso básico em relação a questões essenciais na política norte-americana.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras
nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Vil pecúnia Próximo Texto: Frases
Índice
|