São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

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KENNETH MAXWELL

Mercados e notícias

QUASE TODOS os grandes jornais dos Estados Unidos passaram por forte declínio em sua circulação paga ao longo dos últimos 12 meses. As três exceções foram o "Wall Street Journal", que elevou a sua circulação em 0,6%, o "Seattle Times", que registrou elevação de 32,6%, e o "Denver Post", cuja circulação cresceu 61,9%. Mas esses resultados representam grandes exceções à tendência geral. No caso do "Seattle Times" e do "Denver Post", a alta na circulação foi ajudada pelo fechamento do principal concorrente local.
Resultado mais típico foi o do "New York Times", cuja circulação se reduziu 7,3%. No "USA Today", a queda nos últimos 12 meses foi de 17,1%, enquanto o "Washington Post" caía 6,4%. As perdas no "Dallas Morning News", no "San Francisco Chronicle" e no "Star Ledger", de Newark, foram de, respectivamente, 22,2%, 25,8% e 22,2%.
O declínio do "USA Today" foi atribuído, em larga medida, à queda do movimento nos hotéis, que respondem por parte considerável de sua circulação. Mas no "San Francisco Chronicle", o número médio de leitores diários caiu agora a 252 mil, cerca de metade do total de seis anos atrás.
Os jornais continuam a oferecer um olhar crítico quanto ao governo. Continuam a se ver como "o quarto poder", um elemento essencial no equilíbrio entre os Poderes. Cabe a eles manter honestos os políticos e empresários, bem como, ocasionalmente, os juízes e os tribunais. Mas as perdas de receita estão causando grande preocupação.
O colapso na receita publicitária dos jornais já se tornou catastrófico, atingindo 28% apenas neste ano, e não é fácil encontrar substituto para essas receitas na internet, que vê acesso crescente, mas na qual poucos jornais desenvolveram métodos seguros de explorar comercialmente o acesso a essa nova fonte de informação.
Todas as grandes redes de televisão também sofreram perdas de audiência, e o mesmo se aplica à CNN, que vem sendo uma pioneira das notícias televisivas há 30 anos, mas viu três de seus quatro programas noturnos caírem à quarta e última posição entre as redes noticiosas a cabo.
Enquanto isso, as redes de TV a cabo identificadas com causas políticas ganharam considerável vantagem, estimuladas pela rivalidade entre a Fox News Network e a MSNBC, à direita e à esquerda, respectivamente. A Fox News lidera em termos de audiência no telejornalismo com os programas de opinião apresentados por Bill O'Reilly e Sean Hannity.
Não é um quadro encorajador. E explica muito sobre as dificuldades correntes para estabelecer um consenso básico em relação a questões essenciais na política norte-americana.


KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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