|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Crédito para a produção
A
DESPEITO da crise financeira internacional e da
saída de capitais externos
no valor de R$ 24,6 bilhões, o que
impulsionou a queda de 41,2%
no Ibovespa em 2008, os investidores comuns mantiveram parte
de sua poupança no mercado
acionário. Em novembro, as pessoas física que aplicaram em
ações somavam 548,7 mil, o
maior patamar já registrado na
Bolsa brasileira.
Em média, tais investidores
responderam por 26,7% das operações de compra e venda de
ações no ano. Praticamente igualaram o volume dos investidores
institucionais (27,1%); já os estrangeiros, com 35,5% de participação, continuam determinantes para a tendência do mercado.
Com a queda nas cotações, em
2008 o valor das empresas listadas na Bovespa baixou R$ 1,1 trilhão. Tamanho impacto se refletiu nos balanços corporativos, o
que restringiu o fôlego das empresas de captar recursos para
ampliar ou sustentar negócios.
A aversão ao risco que tomou
de assalto os investidores paralisou a entrada de empresas no
mercado acionário. No ano passado, apenas quatro novas corporações abriram seu capital.
Sem esse expediente, as empresas passaram a buscar outros
meios de obter recursos.
O crédito angariado com notas
promissórias saltou de R$ 9,7 bilhões, em 2007, para R$ 20,6 bilhões, em 2008. Esses papéis de
curto prazo (180 dias, em média)
e juros salgados constituíram,
muitas vezes, a única porta das
corporações para o crédito.
Diante dessas dificuldades,
ampliaram-se as pressões sobre
o BNDES, a principal fonte de recursos em reais com prazos mais
dilatados e juros moderados.
Não é função desse banco estatal,
contudo, sustentar as necessidades de crédito para capital de giro, de curto prazo, no país.
É crucial, assim, que as autoridades redobrem esforços para
que o setor bancário tradicional,
público e privado, normalize
suas operações de empréstimo.
Texto Anterior: Editoriais: "E la nave va" Próximo Texto: Paris - Clóvis Rossi: Duas hipóteses sobre o Hamas Índice
|