UOL




São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Juízes
"A respeito da reportagem "Filhos de juízes de STF e STJ têm 525 ações nos tribunais" (Brasil, pág. A4, 2/3), registro que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, deixou de advogar em dezembro do ano passado, quando foi convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o novo governo. Ele renunciou a todas as procurações que detinha de seus antigos clientes, transferindo-as aos ex-sócios no escritório de advocacia -Sônia Ráo, Dora Cavalcanti e Luiz Fernando Pacheco. Márcio Thomaz Bastos vendeu aos três suas cotas na sociedade. Os antigos sócios é que passaram a ter responsabilidade pelo atendimento dos antigos e dos novos clientes a partir de 19 de dezembro de 2002, quando foi anunciado o seu nome pelo presidente Lula. Acredito que o fato de o nome do ministro ainda constar do sistema de acompanhamento processual dos tribunais levou os repórteres a registrar -sem nenhum tipo de má-fé, é claro- que ele ainda estaria advogando, o que não corresponde à verdade." Olímpio Cruz Neto, assessor de imprensa do Ministério da Justiça (Brasília, DF)

Resposta dos repórteres Rubens Valente e Julia Duailibi - A reportagem não disse que Márcio Thomaz Bastos "ainda estaria advogando", apenas relatou que ele tem processos "registrados em seu nome" no STF e no STJ.

Tão igual
"Votei em Lula na última eleição esperando que a sua vitória representasse uma efetiva mudança de rumos em relação à administração anterior. Entretanto, pelo andar da carruagem, penso que mesmo José Serra, se eleito, não conseguiria ser tão igual ao governo de FHC como estão sendo o PT e os seus aliados. Será que a mudança, a que tanto se referiu Lula e seus companheiros antes das eleições, era apenas a troca de pessoas no exercício do poder?" Odilon O. Santos (Marília, SP)

Fome Zero
"Na reportagem "Economistas divergem sobre funcionamento do Fome Zero" (Brasil, pág. A14, 22/2), o chefe do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Marcelo Néri, diz que "o Fome Zero é um programa assistencial. Ele ataca as conseqüências e não as causas da miséria". Concordo plenamente. Uma das causas da miséria no Brasil é o fato de o Estado ser injusto com a maioria do povo brasileiro. Para que o Estado desempenhe seu verdadeiro papel -que é o de indutor do desenvolvimento e promotor do bem-estar social-, ele deve, além de buscar o equilíbrio das contas e cumprir as metas do Programa de Ajuste Fiscal, efetuar com urgência as reformas, principalmente a da Previdência e a tributária. Sem as reformas o Estado irá quebrar." Rubens Ito (São Paulo, SP)

História repetida
"A história se repete. Collor pegou os aposentados e massacrou-os. Quem não se lembra? Agora Lula, que sempre foi contra a taxação dos inativos, parece querer repetir a fúria collorida, elegendo-nos como culpados pelos rombos da Previdência. Estou me sentindo como alguém que contrata um vigia para tomar conta da casa e um dia descobre que foi o próprio vigia que a assaltou." Antonio Carlos Viana (Aracaju, SE)

"Muito se fala sobre a reforma do nosso sistema Previdenciário, principalmente no setor público. A questão é gravíssima. Que a reforma é uma necessidade urgente todos nós sabemos. Mas ela por si só não resolverá o problema do déficit. É preciso que sejam tomadas outras medidas, como maior rigor na cobrança dos devedores previdenciários, feroz combate à corrupção existente no sistema e uma fiscalização intensa para aumentar a arrecadação." Tânia Barbosa da Costa (São Paulo, SP)

Cultura
"A secretária de Cultura do Estado de São Paulo, sra. Cláudia Costin, em seu artigo "Fome de quê?" ("Tendências/Debates", pág. A3, 23/2), fala da inclusão social por meio da cultura como se fosse um projeto inovador e pessoal. Ora, a função primordial do Estado é cuidar da inclusão social por meio da cultura, da educação, do esporte e de outras ações. E é isso o que temos visto nos oito anos de governo do PSDB. O antigo secretário, para citar apenas um de seus muitos programas, fez um trabalho exemplar nessa área com o Projeto Guri. Inclusão social por meio da cultura é obrigação, e não instrumento de propaganda ou de marketing pessoal. Não é novidade, portanto, o que alardeou a sra. secretária com tanta ênfase." Tatiana Araújo (São Paulo, SP)

Jornadas
"O novo governo tomou posse em 1º de janeiro e no dia 2 já estava trabalhando a todo vapor. O novo Congresso tomou posse em 1º de fevereiro e iniciou as sessões legislativas em 17/2, mas só começará a trabalhar efetivamente em 10/3. Em julho, terá um novo recesso parlamentar. Aliás, não sei por que os parlamentares e os servidores da Justiça não cumprem a mesma jornada de trabalho dos demais brasileiros. Há muita reforma a ser feita. Os deputados aumentaram os seus salários em 54%. Aumentaram também as suas verbas de gabinete. Só se esqueceram de aumentar no mesmo ritmo o seu trabalho. É uma vergonha. Além de um controle externo do Judiciário, também deveria ser criado um controle externo do Legislativo." Carlos Matias Kolb (São Paulo, SP)

Sapos
"Na expressão "política é a arte de engolir sapos", embora com laivos de humor, parece estar implícita uma recomendação: o dever de tolerância, compreensão e respeito mútuo que deve haver entre as pessoas que militam nesse mister. Todavia é lamentável que isso nem sempre ocorre. Heloísa Helena, pelas posições que assume diante das contingências de cada momento na política, é, sem favor nenhum, uma das mais brilhantes senadoras da República. É merecedora de todo o respeito e admiração pelas qualidades morais que exornam o seu caráter, como honestidade, competência, cultura e personalidade." Evaldo Rodrigues da Costa (Franca, SP)

Ferrovias
"Em que estado lastimável ficaram as ferrovias paulistas, principalmente as de passageiros, que já foram motivo de orgulho no passado e hoje praticamente não existem mais. É sabido que a ferrovia, tanto a de passageiros como a de cargas, é transporte de Primeiro Mundo -e barato. Como se permitiu chegar a esta situação?" Hilton Aparecido Beraldo (Marília, SP)

Iraque
"É impressionante como a ingenuidade pacifista pode contaminar tantas pessoas a ponto de torná-las cegas e surdas em relação aos fatos mais elementares e indiscutíveis dessa questão da guerra no Iraque. O grande culpado dessa tensão, Saddam Hussein, o mais despótico e assassino ditador de nossos dias, manipula habilmente as cartas a seu favor. Seu regime, obviamente, teve muito tempo para esconder e dissimular o seu arsenal químico e biológico, tornando vãs e inócuas as tentativas de encontrar armas proibidas. Parece que as equipes da ONU estão brincando de inspetores, fingindo que estão à procura de brinquedos perigosos. E boa parte da comunidade internacional finge que acredita nesses trabalhos. Tais inspeções, prolongando-se indefinidamente, não resolverão a questão -que é a necessidade do desarme completo e total por parte de Bagdá, sob estrita supervisão internacional. Esse é o espírito da resolução 1441, que não foi obedecida até agora e deveria ser a razão para uma nova resolução obrigando Bagdá a cumpri-la para evitar uma intervenção militar definitiva." Marco Aurélio Agarie (São Paulo)

Texto Anterior: Vicente Amato Neto e Jacyr Pasternak: Curriculite

Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.