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SINAIS DE MARTE
Uma das questões que desafiam a imaginação humana é
saber se estamos ou não sozinhos no
universo, isto é, se existe vida fora da
Terra. Ainda não há uma resposta
para a pergunta, mas, nesta semana,
ficamos um pouco mais perto de obtê-la: a Nasa (agência espacial norte-americana) afirmou ter descoberto
que ao menos uma região da superfície de Marte já esteve impregnada de
água e que, em algum período de sua
história, constituiu um ambiente
hospitaleiro para a vida.
Os achados da sonda Opportunity
em Meridiani Planum, perto do
equador marciano, indicam que a
água já foi abundante no fundo da
cratera onde o aparelho pousou.
"Água líqüida já fluiu através dessas
rochas. Ela modificou sua textura,
modificou sua química", anunciou o
astrônomo Steve Squyres, principal
cientista da missão.
A virtual certeza de que sinais de
água seriam encontrados em Marte
não basta para diminuir o impacto
da descoberta. É só a prova que dá
materialidade à suspeita. Além de a
própria água ser necessária para a vida como a conhecemos, seu estado
de agregação líqüido indica que as
temperaturas não eram extremas, o
que multiplica as possibilidades biológicas no passado do planeta.
É claro que ainda falta o fundamental, que seria encontrar sinais de vida
fóssil ou mesmo atual. Embora a
existência de homúnculos verdes em
Marte permaneça como uma invenção ficcional, não é impossível que se
encontrem microrganismos ainda
vivos no planeta vermelho.
A descoberta reforça o interesse de
enviar a Marte, se não uma missão
tripulada, ao menos uma sonda que
seja capaz de trazer à Terra rochas e
amostras do solo que, com um pouco de sorte, poderiam nos levar a afirmar de uma vez por todas que a vida
é um fenômeno extraplanetário e
verdadeiramente universal.
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