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Opinião
"Excepcional o editorial "Bons
Companheiros" (2/5). Ele foi direto
ao âmago da questão. Até quando
alguns cidadãos continuarão a rir
de nossa cara, fazendo-nos de fantoches, apropriando-se de nosso
devido dinheiro, para utilizá-lo em
atos indevidos? Que dirão um tal de
Cid Gomes e sua trupe..."
GUILHERME T.C. MISSALI (São Paulo, SP)
Isabella
"O inquérito policial não apresentou o motivo pelo qual o pai e a
madrasta de Isabella a teriam matado. Sabe-se em psicopatologia que,
se um pai é maltratante, é quase
certo que foi ele também vítima de
maus-tratos. É provevelmente o caso da madrasta, que denunciou
duas vezes seu pai por violência
contra ela. Cito Michelle Rouyer, do
livro "A Criança Violentada': "A existência de violências sofridas na infância por um dos pais, e a fortiori
pelos dois pais, constitui um fator
de risco importante de maus-tratos
com relação à criança que vai nascer. Encontramos às vezes em três
ou quatro gerações espancamentos
graves: essa repetição pôde ser qualificada de pseudo-hereditariedade". Sem se dar conta, o adulto
agressor alivia-se da violência sofrida, e do medo da morte daí decorrente, reproduzindo a cena, mas de
modo a assistir num outro o sofrimento, a dor e a morte."
WILSON DE CAMPOS VIEIRA , psicanalista (São Paulo, SP)
"O sr. Mario Cesar Carvalho, em
seu texto "Marketing da Morte"
(Opinião, 3/5), cita a polícia britânica como exemplo de eficiência e
discrição e critica a polícia de São
Paulo no caso Isabella. Mas não foi
essa mesma polícia britânica que,
de maneira covarde e brutal, assassinou o brasileiro Jean Charles de
Menezes? Além disso, já li nesta
mesma Folha que, em certas regiões muito violentas de Londres, a
polícia não entra, o que deve ser
bem mais fácil do que subir um
morro muito violento no Rio.
Não é coerente que um formador
de opinião se deixe levar pelo velho
colonialismo mental, que, há séculos, traz tanto prejuízo à sociedade
brasileira."
WASHINGTON RAMOS (Teresina, PI)
Rodrigo Maia
"Extremamente lúcido e oportuno o artigo do presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia
(DEM-RJ) ("Tendências/Debates",
2/5). O espetacular "boom" do mercado de capitais no Brasil nos últimos anos está revolucionando a
maneira como as pessoas vivem.
Trata-se de um esboço de um Brasil
novo, mais estável, globalizado e
competitivo. Tudo isso devido às
políticas de controle fiscal e o combate à inflação do governo FHC,
mantidas corretamente pelo presidente Lula. Foi como um passe de
mágica: plantadas as sementes, assim que o tempo melhorou veio
uma sensacional colheita.
O vento da sorte fez com que a biruta Lula começasse a movimentar-se abruptamente com seus discursos populistas e pouco confiáveis, loteando a máquina pública
com aliados políticos e postergando
reformas essenciais para o desenvolvimento da nossa economia. A
volta da inflação e a crise imobiliária americana fazem do futuro um
mar de incertezas."
MURILO AUGUSTO DE MEDEIROS (Guará, DF)
"É surpreendente ler a opinião de
um líder de oposição que externa
tão categoricamente a inveja que
tem de outro político, no caso o presidente da República. A opinião do
deputado federal Rodrigo Maia é
curiosa, pois, segundo ele, passados
mais de cinco anos do governo anterior, ainda assim tudo que acontece de bom nesse país é um feito da
parceria PSDB-PFL. Porém as mazelas do Brasil são, sem pestanejar,
colocadas na conta do governo
atual. É pura inveja."
MARCELO J. DE SOUZA (São Paulo, SP)
Ronaldo
"Parabenizo Barbara Gancia pelo
artigo "Em defesa do Fenômeno"
(Cotidiano, 2/5). Ela foi brilhante,
escreveu aquilo que sinto, que gostaria de escrever. Ronaldo está triste, e há muito tempo, basta observar seu olhar. A imprensa ajuda a
piorar a situação, já que, em geral, a
mídia adora explorar o negativo e o
mal. Há milhões de pessoas que
praticam o bem, mas só conseguem
sucesso se errarem. Ronaldo errou?
Se errou, e daí, o que temos com a
vida particular dele? Fico triste,
porque ele está triste, e não posso
dar-lhe colo afetivo, sobram apenas
as palavras."
EDNA GONÇALVES DE OLIVEIRA COLEBRUSCO (São
José do Rio Preto, SP)
Cerveja
A cultura da cerveja se estende
por nosso imenso território nacional, virando uma verdadeira religião. Notamos que as propagandas
das cervejarias estão cada vez mais
agressivas, os donos dessas indústrias realmente são os verdadeiros
mandatários do país, percebemos
isso quando o governo teve que voltar atrás na medida de proibição de
cerveja nas estradas federais.
Até onde temos que sucumbir à
ditadura da cerveja, que chega até a
discriminar quem não bebe? Os acidentes de trânsito aumentam, a dependência às drogas permissivas
também, o orgulho de conseguir
"tomar todas" horas a fio está cada
vez mais evidente entre os consumidores, é "happy hour", "água-dura", "Zeca Hora", Carnaval, e tudo
quanto é mais designativo, para aumentar ainda mais os motivos de
consumo.
O vício está aí para acorrentar a
humanidade e enfraquecer a alma.
Todos os usuários fazem apologia
do que ingerem. Além de essa alegria de fim de semana ser artificial,
seu organismo sucumbirá diante de
tanta "lavagem" e isso os anunciantes nunca mostrarão na televisão."
MARCELO DE OLIVEIRA SOUZA (Salvador, BA)
Roma
"Depois de quinze longos anos
sob varias administrações públicas
de partidos de esquerda que mais
praticavam filosofia que administração e que faziam de seus contribuintes/munícipes meros patrocinadores de um exaustivo e nada
prático programa "politicamente
correto" (o que por pouco não acabou de vez com o turismo local), o
povo de Roma, sem medo de ser feliz, acaba de eleger Gianni Alemanno, cujo discurso de campanha o
tempo todo jamais cedeu à tentação
fácil de mentir sobre o que ele é, sobre o que pensa e ainda o que fará à
frente de uma prefeitura como a da
cidade de Roma.
Roma, que infelizmente está infestada de travestis e mendigos, viciados e prostitutas, suja e cheirando mal, decadente mesmo, finalmente terá uma chance de renascer
fora da poesia utópica que quase a
faliu. Que sirva de inspiração aos
paulistanos na próxima eleição."
PAULO BOCCATO (São Carlos, SP)
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