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DOIS LANCES
O gol da Turquia e o de empate
do Brasil retratam, de maneira
condensada, respectivamente os
principais defeitos e as principais virtudes da seleção brasileira de futebol
na sua estréia na Copa do Mundo, na
Coréia. O potencial técnico-ofensivo
de quatro ou cinco jogadores contrastou com o jogo coletivo ruim.
Uma sucessão de falhas no setor
defensivo da equipe brasileira possibilitou aos turcos abrirem o placar. O
zagueiro Lúcio, após interceptar cruzamento do adversário, fez passe arriscado para Juninho, cercado por
marcadores turcos. O meio-campista perdeu a bola, que foi em seguida
lançada no costado da zaga verde-amarela, propiciando ao atacante
turco um arremate livre de marcação,
a alguns passos da pequena área.
Estão aí retratados a dificuldade em
superar marcação ostensiva do adversário, o comportamento por vezes demasiadamente arriscado dos
defensores e a indefinição do esquema de marcação com três zagueiros.
Faltou coordenação também às
ações ofensivas do Brasil. Mas essa
carência foi suprida, em parte, pelo
talento de jogadores que atuam do
meio do campo para a frente. No gol
de empate, o passe longo e em projeção de Rivaldo encontrou Ronaldo
no meio dos zagueiros turcos. O centroavante executou, lançando o corpo ao ar, um arremate difícil, milimetricamente preciso. Dos lampejos
dessa dupla, bem como dos de Denílson, Juninho e, mais esporadicamente, Ronaldinho, surgiram as
principais chances de gol do Brasil.
Não há muito o que Luiz Felipe
Scolari possa fazer de agora em diante, senão sanar as falhas mais evidentes do sistema defensivo para potencializar o diferencial da equipe: a
concentração de craques no ataque.
Afinal, não se pode contar com a repetição de erros grosseiros da arbitragem como os de ontem, que decidiram a partida a favor do Brasil.
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