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VALDO CRUZ
Por quê?
BRASÍLIA - Até aqui acredito nas
palavras do presidente Lula quando
diz não desejar um terceiro mandato consecutivo, uma re-reeleição.
Só que, vez ou outra, quase sempre,
o petista dá umas indiretas que contribuem para confundir e deixar
dúvidas no ar.
Se realmente não quer entrar
nessa história embalada por alguns
aliados, por que Lula diz coisas do
tipo: "E isso [a nova reeleição], se
for feito democraticamente, ainda é
assimilável"?
Ou, então, por que ele insiste na
lengalenga de que as mesmas críticas dirigidas a presidentes latino-americanos não são feitas a premiês
europeus que ficam até "18 anos"
no poder?
Será que ele usa esse argumento
por desinformação ou com outros
objetivos? Afinal, ele deve saber a
diferença entre parlamentarismo e
presidencialismo. Ou não?
Os premiês sempre citados por
Lula, ao contrário dos presidentes
latino-americanos, estão sujeitos
ao "voto de confiança". Podem cair
com um mês de governo se não tiverem apoio do Parlamento.
Partindo do pressuposto de que
Lula é sincero ao dizer que não
quer, algum objetivo ao insistir nessa tecla ele tem. Não creio ser gratuito. Daí considerar que a ameaça
da re-reeleição lhe é muito útil, alimentando seu poder.
O fato é que, mesmo que desejasse, o prazo hoje é por demais exíguo
para aprovar no Congresso tal iniciativa. Lula sabe disso. Então, para
não ficar reclamando de seus críticos, ele bem que poderia parar de
falar nessas teses. Por que não?
No artigo sobre o auxílio-voto, fiz
uma classificação genérica de que
os juízes ganhavam o benefício para
dar um "votinho extra". Não quis
dizer que era apenas um voto, mas
passou essa leitura. Diante das críticas e para ser preciso, corrigi a informação dizendo que o pagamento
se devia a vários votos, pelo trabalho realizado ao longo do mês.
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