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CLÓVIS ROSSI
Um caso para o Procon
SÃO PAULO - Os quadros petistas,
com isoladas exceções, continuam
se rotulando de "esquerda", como
alguns o estão fazendo nessa discussão indireta com o "Cansei".
Bom, vejamos o que disse dessa
gente o guru máximo, Luiz Inácio
Lula da Silva, em dezembro passado: "Se você conhecer uma pessoa
muito idosa esquerdista, é porque
ela tem problemas".
Como quase todos os líderes petistas, bem como seus bajuladores
na mídia e na academia, já têm uma
certa idade, só cabe uma de duas
possibilidades: ou "têm problemas"
ou são uma fraude.
Fico com a segunda hipótese.
Mesmo quem "tem problemas" há
de reconhecer que a esquerda não
manda no governo, até porque Lula
só vê "problemas" em quem, com a
idade, não sai da esquerda.
Duas das três principais políticas
macroeconômicas, a monetária (juros) e a cambial, são executadas por
Henrique Meirelles, que não "tem
problemas" em ser de direita. A menos, é claro, que o PT o considere "o
banqueiro do povo". Ridículo, mas
possível na facção descerebrada do
lulo-petismo.
A terceira política, a fiscal, é imposta pelos mercados (não os "mercados populares", mas os financeiros). São de esquerda?
Sempre haverá, entre os descerebrados, os que dirão que as bolsas-esmola são de esquerda. Não passam da aplicação prática da frase de
Maria Antonieta: "Não tem pão, comam brioche". No Brasil-2007, fica
assim: não tem emprego, não tem
instrução, não tem como sobreviver pelos próprios meios, comam
bolsa-esmola.
Nada contra, aliás. Melhor brioche que fome, óbvio.
Mas vamos parar de usar rótulos
fraudulentos para pessoas e partidos. O rótulo "esquerda" hoje aplica-se ao PSOL, entre os partidos representados no Congresso.
O do PT está com o prazo de validade vencido há pelo menos quatro
anos e meio. Procon nele.
crossi@uol.com.br
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