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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Missionários do verbo divino
Nestes últimos decênios temos
nos beneficiado muito com a
proclamação do testemunho de vida
virtuosa de numerosos homens e mulheres que seguiram mais de perto a
Jesus Cristo. Precisamos conhecê-los
melhor e deixar que seu exemplo suscite entusiasmo e imitação.
Alegra-nos saber que ainda neste
mês, no dia 19, madre Teresa de Calcutá receberá o reconhecimento de
sua vida totalmente dedicada aos mais
desfavorecidos
A 5 de outubro, domingo próximo,
o Papa João Paulo 2º estará declarando santos dois sacerdotes, ligados pela
amizade e pelo mesmo amor a Jesus
Cristo e zelo missionário em levar a
mensagem do Divino Salvador aos
que ainda não o conheciam. Padre Arnaldo Janssen e padre José Freinademetz foram chamados por Deus, na
segunda metade do século 19, para intensa atividade na propagação do
Evangelho. Estão na origem da fundação da Sociedade do Verbo Divino,
congregação religiosa que, unida às
Missionárias Servas do Espírito Santo,
incluindo as Irmãs Contemplativas,
supera hoje 10 mil membros em mais
de 60 países nos cinco continentes, difundindo o Reino de Amor e Paz de
Jesus Cristo.
A vida desses dois apóstolos é um
poema de confiança em Deus e dedicação heróica ao próximo.
Arnaldo Janssen nasceu em Goch,
na Alemanha, a 5 de novembro de
1838. Consagrou-se a Deus e recebeu a
ordenação sacerdotal aos 23 anos. Lecionava matemática na universidade,
mas muito cedo sentiu o apelo para
entregar-se inteiramente ao anúncio
do Reino de Deus. Eram tempos difíceis para o catolicismo na Alemanha
devido às imposições de Bismarck,
causando até a expulsão de religiosos.
Justamente nesses anos, cresce o ideal
missionário de padre Janssen, que, em
1875, reúne os primeiros companheiros e dá início em Steyl, na Holanda, à
nova congregação.
Dois anos depois, já partem os religiosos para a China. Um deles era o
padre José Freinademetz que, com 27
anos, em companhia do padre João
Anzer, chega a Hong-Kong e segue
para Shantung do Sul. Esse ardoroso
missionário, nascido em 1852 no Tirol
do Sul, sob o império austríaco, tornou-se modelo de total amor e devotamento aos chineses, com os quais
procurou sempre mais se identificar.
Aprende a língua e escreve um "Manual de Doutrina Cristã". Forma catequistas. Passa por doenças e perigos
na vida, mas, mesmo na perseguição,
nunca abandonou suas comunidades.
Vítima do cansaço e do tifo, aos 55
anos, morreu na querida terra de adoção, após quase 30 anos de profunda
integração com o seu povo.
Afirmava: "Amo a China e os chineses; quero morrer no meio deles e continuar sendo chinês também lá no
céu". Seu testemunho de vida comprova o lema que repetia: "A língua
que todos entendem é a linguagem do
amor".
As fundações de Arnaldo Janssen
manifestam sua intensa fé, trabalho
árduo, paixão pela unidade e entrega
nas mãos de Deus. Soube animar o zelo de milhares de sacerdotes, irmãos e
irmãs, religiosos e leigos missionários.
Santo Arnaldo e são José Freinademetz intercedam por nós e fortaleçam
nas comunidades do Brasil o ardor
missionário. Façam crescer o anseio
de unir no amor de Cristo rostos diversos, povos e raças numa só família
e num só coração.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.
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