São Paulo, segunda-feira, 04 de dezembro de 2006

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Desafio crucial

DIANTE das dificuldades para retomar o gasto público em infra-estrutura, começam a surgir iniciativas inovadoras, embora ainda embrionárias, para estimular a participação privada nesse setor crucial para o desenvolvimento.
Por conta da baixa dos juros da economia, alguns fundos privados, em busca de maior rendimento para suas carteiras, já aportaram mais de R$ 5 bilhões para aplicações em projetos de infra-estrutura. A soma ainda é modesta diante das necessidades do país, estimadas em R$ 87,7 bilhões por ano, mas despontam como um sinal alentador.
O governo estuda fórmulas de isenção de impostos para assegurar a rentabilidade dos fundos nessa área. Fala-se também na utilização de recursos do FGTS (em torno de R$ 5 bilhões), algo que precisa ser avaliado com cautela, pois se trata de dinheiro destinado a remunerar, no futuro, os trabalhadores que contribuem para essa modalidade de poupança compulsória.
Os fundos fechados de previdência detêm R$ 350 bilhões em ativos. Os abertos, de capitalização e seguros, R$ 120,5 bilhões -os fundos de investimento, em geral, R$ 870 bilhões. Há, pois, um volume considerável de recursos que poderiam financiar projetos de infra-estrutura.
Estimular essa transição de aplicações em favor de obras que assegurem a sustentabilidade do crescimento -num ambiente em que as empresas não parecem propensas a assumir grandes riscos- é um dos desafios cruciais a ser enfrentados.


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