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Desafio crucial
DIANTE das dificuldades para retomar o gasto público
em infra-estrutura, começam a surgir iniciativas inovadoras, embora ainda embrionárias,
para estimular a participação
privada nesse setor crucial para
o desenvolvimento.
Por conta da baixa dos juros da
economia, alguns fundos privados, em busca de maior rendimento para suas carteiras, já
aportaram mais de R$ 5 bilhões
para aplicações em projetos de
infra-estrutura. A soma ainda é
modesta diante das necessidades
do país, estimadas em R$ 87,7 bilhões por ano, mas despontam
como um sinal alentador.
O governo estuda fórmulas de
isenção de impostos para assegurar a rentabilidade dos fundos
nessa área. Fala-se também na
utilização de recursos do FGTS
(em torno de R$ 5 bilhões), algo
que precisa ser avaliado com
cautela, pois se trata de dinheiro
destinado a remunerar, no futuro, os trabalhadores que contribuem para essa modalidade de
poupança compulsória.
Os fundos fechados de previdência detêm R$ 350 bilhões em
ativos. Os abertos, de capitalização e seguros, R$ 120,5 bilhões
-os fundos de investimento, em
geral, R$ 870 bilhões. Há, pois,
um volume considerável de recursos que poderiam financiar
projetos de infra-estrutura.
Estimular essa transição de
aplicações em favor de obras que
assegurem a sustentabilidade do
crescimento -num ambiente
em que as empresas não parecem propensas a assumir grandes riscos- é um dos desafios cruciais a ser enfrentados.
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