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O ocaso das Farc
NUMA operação coordenada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha,
foi libertado Alan Jara, ex-governador de Meta, que era mantido
prisioneiro havia quase oito anos
pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Jara foi o penúltimo refém de
um grupo que deveria ser libertado incondicionalmente, conforme anunciou a narcoguerrilha em dezembro. Três policiais
e um militar já haviam sido liberados no último domingo. A expectativa é que seja solto hoje o
ex-deputado Sigifredo López.
Ainda que não estejam claras
as motivações da operação, há
poucas dúvidas. As Farc estão liberando reféns como último recurso, já que suas opções políticas e militares se esgotam.
O grupo há muito tempo abandonou a aspiração ideológica de
transformar a Colômbia numa
ditadura comunista -sobrevive
de biscates criminosos, como a
venda de proteção ao narcotráfico, os sequestros e outras formas
de extorsão. Ainda assim, vem
sucumbindo ao cerco progressivo do Exército colombiano.
Em 2008, sofreu seus piores
reveses, com a morte das principais lideranças e o resgate da
mais simbólica personalidade
mantida em cativeiro, Ingrid Betancourt. O desmonte das Farc
se deve à energia do presidente
Álvaro Uribe, que alterou a linha
acomodatícia da gestão anterior
e organizou o sufocamento militar da guerrilha.
As Farc agora lançam cartadas
desesperadas com seu estoque
de reféns, que alguns estimam
em até 700. A soltura de pessoas
submetidas a condições atrozes
de sobrevivência, às vezes por
anos a fio, provavelmente se destina a criar na sociedade colombiana -que rejeita as Farc e
apoia seu enfrentamento- um
ambiente favorável para algum
tipo de negociação.
Seja como for, a libertação de
mulheres e homens, vítimas impotentes da covardia e da crueldade da narcoguerrilha, é uma
ótima notícia. E o Brasil faz bem
em prestar apoio militar logístico às operações de resgate.
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