|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
Com 84% se faz uma ponte
BRASÍLIA - O PMDB tucano elegeu Michel Temer presidente da
Câmara. O PMDB lulista manteve a
presidência do Senado com José
Sarney. E a ponte entre esses dois
PMDBs para 2010 está sendo construída pelas pesquisas: na CNT/
Sensus, 72% de aprovação ao governo e 84% ao próprio Lula.
A crise é grave, a indústria vai ladeira abaixo, o desemprego é uma
ameaça real, mas Lula não apenas
continua firme e forte como está
com a popularidade em alta. Se continuar assim, isso fará toda a diferença na hora do "vamos ver",
quando o maior partido do país em
votos, em governos, em prefeituras
e em tempo na TV tiver de decidir
para que lado vai: com José Serra,
hoje o preferido das pesquisas; Dilma Rousseff, em ascensão; ou Aécio
Neves, a zebra.
Em tese, há duas possibilidades: o
PMDB rachado, como em 1989,
1994, 1998, 2002 e 2006, ou unido
em torno de Dilma ou de quem quer
que Lula indique para a sua sucessão. Uma terceira opção, de união
em torno de Serra ou de um outro
tucano, parece fora do horizonte.
Por quê? Porque, se os pemedebistas nunca se uniram em torno de
FHC em dois governos e oito anos,
dificilmente o fariam agora em torno de Serra. Só Lula conseguiu o
milagre da união. Se mantiver 80%
de popularidade, tem boas chances
de manter o milagre.
Serra terá muito mais dificuldade
para trabalhar o PMDB e, na melhor das hipóteses, pode ficar com
apenas uma parte dele. Já Lula tem
chances de atrair o partido inteiro.
Tem a caneta, uma máquina de divulgação poderosa e em expansão e
botou todos os pemedebistas tucanos no bolso -ou sob suas asas, para evitar más interpretações.
Jobim e Geddel são ministros,
Cabral e Hartung são governadores,
Eduardo Paes é prefeito e, agora,
Temer é presidente da Câmara com
decisivo apoio da base aliada ao Planalto. Jarbas Vasconcelos está falando sozinho. E certamente praguejando contra as pesquisas.
elianec@uol.com.br
Texto Anterior: São Paulo - Clóvis Rossi: A rua e as estatísticas Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: A água é nossa Índice
|