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Lula
"Se, como muitos aqui escrevem,
o presidente Lula só está conseguindo bons resultados porque faz
tudo exatamente igual a FHC ou está, somente, dando continuidade às
"maravilhosas" políticas do governo
anterior, então por que a crítica tão
feroz à sua administração?"
CAROLINA J. FIGUEIREDO (São Paulo, SP)
Crime na Áustria
"A respeito da coluna de Ruy Castro ("Olerê-liri", Opinião, 3/5),
Freud, um austríaco, tinha toda razão. Basta se inteirar dos acontecimentos do século que precedeu
suas teorias e dos atuais momentos
em que vivemos, nos quais as pessoas não precisam mais de motivos,
nem os mais torpes, para cometer
crimes absurdos e hediondos."
GICÉLIA SACILOTTI PASCON (São Paulo, SP)
Propaganda de cerveja
"Se as argumentações do sr. Marcos Mesquita ("É preciso mudar o
foco", "Tendências/Debates", 3/5)
forem procedentes, só resta ao governo aumentar os tributos sobre
as bebidas alcóolicas, incluindo aí
as cervejas, pois assim as famílias
não terão renda suficiente para
consumir o produto em níveis desaconselhados.
Ao que parece é sempre o "bolso"
que fala mais forte. Vide o exemplo
da relação direta do preço elevado
dos cigarros nos países desenvolvidos e a queda do seu consumo. Outro exemplo é o "emagrecimento" de
americanos que passam a andar a
pé, de sua casa para a esquina mais
próxima, quando o preço da gasolina aumenta."
EMANUEL MARTINS SIMÕES COELHO (Belo Horizonte, MG)
"A discussão levantada pelo projeto de lei de algumas restrições à
propaganda de cervejas confronta,
novamente, o capitalismo e a humanidade. As empresas não podem
sobreviver, em função da competitividade, sem publicidade.
O discurso do sr. Marcos Mesquita prodigamente defende essas
idéias. Ainda bem que pessoas representadas pelos srs. Henrique
Gonçalves, Marilena Lazzarini e
Ronaldo Laranjeira ("O desespero
do lobby da cerveja", "Tendências/
Debates", 3/5) acreditam que "é preciso mudar o foco" e ultrapassar a
busca pelo consumo e entregar-se à
busca da cidadania."
CASSIANO BARBOSA (Marabá, PA)
Berimbau
"Acredito que o professor baiano
Manta Dantas ("Na BA, coordenador atribui resultado a "baixo QI dos
baianos", Cotidiano, 30/4) fez
uma piada num momento de frustração, vergonha, ira ou revolta.
Entretanto todos o criticam, como se ele e não os estudantes de
medicina fosse reprovado no salutar "Provão". Vamos criticar os
maus alunos."
KLEBER DE SANTANA SALES (General Salgado SP.)
Isabella
"Fazemos uma crítica à reportagem publicada em Cotidiano em
13/4 ("Caso Isabella Nardoni abala
crianças, dizem psicólogos'). Achamos a reportagem interessante,
pois algumas crianças estão um
pouco amedrontadas com o que
vem acontecendo no Brasil, por
exemplo o caso Isabella Nardoni.
Temos "investigado" o caso, acompanhando desde o início com suspeitas e críticas. Quando lemos a
reportagem, sentimos que veio no
momento certo, pois sabemos que
essas informações atingem as
crianças de alguma forma.
Acreditamos que crianças de
nossa idade -entre nove e dez
anos- devem ser informadas sobre
assuntos como esse. Observamos,
apenas, que na reportagem poderiam especificar a idade.
Crianças de cinco ou seis anos se
amedrontam facilmente, e de nossas idades, não. Não é o primeiro
caso de violência infantil, um deles
foi a mãe adotiva que cortou a língua da filha com alicate. Esses casos
dominam a TV, os jornais e revistas, então não tem como as crianças
ficarem alheias a esses acontecimentos. Somos a favor de as crianças serem informadas sobre tudo o
que acontece ao nosso redor, pois
acreditamos que isso é importante
para nós."
VICTORIA HAGUIARA, GABRIEL FIGUEIRA, LEONARDO
GARCIA, JULIA PIRES e MAÍRA MACHADO (São Paulo,
SP)
Acordo ortográfico
"Respeito demais Boaventura de
Souza Santos, e concordo com ele
quando pede que se deixe a língua
portuguesa em paz na sua diversidade ("Libertem a língua", "Tendências/Debates", 4/5). Porém em seu
artigo ele mencionou que o Brasil
foi a única e verdadeira colônia de
ocupação do império português.
Para um intelectual de seu calibre, é
inadmissível tal atropelo.
O Brasil sempre foi uma colônia
de exploração, apesar de os portugueses terem se instalado aqui em
grande número, pois o ânimo que
os movimentou jamais foi o de permanência e construção de uma
identidade brasileira, de uma nação
na acepção da palavra.
Não por acaso o Brasil "optou" por
indenizar Portugal quando da independência."
AYRTON FREIRE JR. (São Paulo, SP)
Bolívia e indígenas
"O editorial da Folha publicado
em 3/5 ("Tragédia boliviana') possui uma interessante ligação com o
caso da Raposa/Serra do Sol. Existe
uma versão brasileira, ou melhor,
petista, do plano "confederativo
multirracial" de Evo Morales. Os
petistas o chamam orgulhosamente de Novo Brasil Confederativo.
As cotas raciais, os quilombos, as
reservas indígenas contínuas, a expulsão dos não-índios, todas essas
ações fazem parte dessa política
ideológico-racista que objetiva a
criação de bolsões étnico-raciais
"não-brancos" e fiéis ao governo federal, objetivando a manutenção
perpétua do PT no poder central."
HAMILTON CRUZ NEVES JR. (São Paulo, SP)
Preços agrícolas
"Guilherme Cassel ("O Brasil e a
crise mundial de alimentos", "Tendências/Debates, 4/5) lista quatro
grandes fatores que movimentam
os preços agrícolas, sendo um deles
o aquecimento global.
Sim, o aquecimento global pode
aparecer em sua lista, mas não sem
antes mencionarmos que, antes dele, vieram a Revolução Verde, com
sua monocultura devastadora da
biodiversidade, a compactação dos
solos e seu crescente empobrecimento, alterações no ciclo da água e
da indústria milionária que vende
máquinas e insumos para a produção agropastoril.
O aquecimento global é, portanto, não um fator, mas uma grande
conseqüência de extremas alterações no meio natural. E, de fator a
conseqüência, há uma enorme diferença."
VIRGÍNIA KNABBEN (São Paulo, SP)
Indenizações
"Brilhante o artigo de Jânio de
Freitas ("As várias indenizações",
Brasil, 4/5). Realmente, espertalhões como o Ziraldo não lutaram
contra a pseudoditadura, fizeram
um investimento.
Indecentes as indenizações concedidas pelo governo com o dinheiro do contribuinte. Na verdade, os
maiores valores são pagos a pessoas
da mídia e não aos familiares de
pessoas mortas que realmente passaram dificuldade econômica.
Enquanto a Folha tiver jornalistas lúcidos e independentes em seu
quadro como Jânio de Freitas,
sempre teremos um bom motivo
para lê-la."
HENRIQUE JOSÉ VIRGILI SILVEIRA (Campinas, SP)
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