São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Bebida
"Os argumentos do presidente do Conar -Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária-, ao atacar a decisão do ministro da Saúde de restringir a propaganda de bebidas alcoólicas, são puro sofisma ("Restrições à publicidade contrariam a Constituição", Entrevista da 2ª, pág. A14, 4/6).
Ao dizer que a restrição fere a liberdade de se expressar, sendo, pois, inconstitucional, o presidente deixa de afirmar que o direito à vida e à integridade física e psíquica das pessoas são bens igualmente assegurados na Constituição -e certamente de maior valor. Cabe torcer para que o ministro Temporão não esmoreça diante da pressão das cervejarias e de seus publicitários e ponha em prática a tardia restrição a essa publicidade."
JAIRO EDWARD DE LUCA, promotor de Justiça (São Bernardo do Campo, SP)

"Acho da maior importância a entrevista com Gilberto Leifert. Séria, técnica e clara. Dela virão outros desdobramentos, mas é preciso que a indústria da comunicação participe deste debate.
Estamos muito mais longe das principais democracias do mundo no que diz respeito ao rigor de comercialização do que em comunicação de cerveja. Se um astro americano é pego dirigindo bêbado, ele vai preso. Isso não ocorre nem de longe no Brasil.
Qualquer garoto pode comprar bebida neste país. Lá fora isso não é admissível. O estabelecimento é fechado se for pego vendendo a menores. A veiculação depois das 20 horas não é tecnicamente eficaz. O que se faz nos Estados Unidos e na Inglaterra é proibição pelo perfil da audiência. Comercial de cerveja só pode ser veiculado em programa com mais de 70% de audiência adulta. O "Bom Dia Brasil", da Globo, vai ao ar às 7h30, e sua audiência é esmagadoramente adulta. As 23h, um canal infantil continua sendo infantil.
Olho técnico na comunicação e rigor absoluto na comercialização é a maneira mais técnica de combate aos abusos do álcool."
NIZAN GUANAES, presidente da Africa Propaganda (São Paulo, SP)

"A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) se solidariza com o presidente do Conar, Gilberto Leifert, que destacou que a posição da Anvisa de restringir a propaganda de bebidas alcoólicas é inconstitucional. Leifert também enfatiza que, se a Anvisa editar a regulamentação como pretende, irá ferir a liberdade de iniciativa e de expressão comercial.
Ele ressalta ainda que os produtos são lícitos e seguros para o consumo, tanto que o governo autoriza a sua fabricação, distribuição e comercialização.
DANIEL PIMENTEL SLAVIERO, presidente da Abert (Brasília, DF)

"Li, estupefato, a defesa do Conar de publicidade sem limites para bebidas alcoólicas de teor reduzido -cerveja-, com o pretexto de que eventuais restrições feririam a liberdade de expressão e de que nenhum anunciante é obrigado a divulgar os malefícios que seus produtos causam aos usuários.
Esqueceu, entretanto, o senhor Leifert que é dever do Estado garantir políticas públicas que visem a redução do risco de doença (art. 196 da Constituição Federal) e que é incomensuravelmente mais benéfica à população a busca da redução do alcoolismo, doença que atinge parcela expressiva da população, inclusive os jovens, do que a garantia a alguns anunciantes do direito de divulgação de cervejas sem nenhuma restrição de horário e forma."
JOSÉ DIOGO BASTOS NETO, advogado (São Paulo, SP)

"Gilberto Leifert, presidente do Conar, em sua entrevista de ontem, fez colocações preciosas sobre a questão da proibição (vulgo "restrição') à publicidade de bebidas e de outros segmentos, que, se deixarmos, certamente virá por aí.
Como já tenho dito em diversas oportunidades, publicidade de bebidas alcóolicas não causa acidentes de trânsito, violência doméstica ou alcoolismo em crianças. O que causam esses males são a falta de informação, a ineficiência na aplicação das leis já existentes e a ausência de uma política de saúde pública. Proibir a publicidade é, sem dúvida, o caminho mais fácil: é popular, dá a impressão de que algo sério está sendo feito e garante votos. É o hipocritamente correto.
Elimina-se a espinha como se ela fosse a culpada pela infecção."
FABIO FERNANDES, presidente e diretor de criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi (São Paulo, SP)

Navalha
"Perguntar não ofende: se Renan Calheiros não declarou ao Imposto de Renda o gado existente em sua fazenda, que vale, por baixo, quase R$ 5 milhões, não seria o caso de a Receita Federal tomar alguma providência imediatamente?"
JOÃO DA SILVA BRASILEIRO (São Paulo, SP)

Soberania
"Oportuno -sobretudo coerente e realista- o artigo "Agouros geopolíticos", de Aldo Pereira ("Tendências/Debates", 4/6). Que sirva de alerta ao governo brasileiro e particularmente às Forças Armadas -que, diga-se, estão extremamente silenciosas diante da gravidade dos fatos que estremecem a nossa tão propagada democracia nos últimos anos.
Sugiro que seja lido e relido com especial atenção por aqueles que são os responsáveis diretos pela nossa defesa e soberania. Afastado das fileiras do Exército há 14 anos por motivo de passagem para a reserva, posso afirmar com convicção que já àquela época (1993) havia um pressentimento generalizado de que o futuro seria igual ou pior ao descrito no citado artigo. Dito e feito!
É chegada a hora de uma profunda reflexão."
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA, subtenente reformado do Exército (Lins, SP)

Fraudes no campo
"Estava na Folha de ontem ("Fraude tira maior seguradora rural do país", Dinheiro).
Este é mais um triste retrato deste nosso triste país -em mais uma exibição vergonhosa para o público exterior. Somos uma sociedade que carrega esta sina de, individualmente, considerar-se esperta e, coletivamente, ir cada vez mais se imbecilizando, se animalizando.
O interessante é que, se conseguíssemos flagrar alguns destes fraudadores em animadas conversas em rodeios, decerto ouviríamos muitos lamentarem a onda de corrupção que grassa no governo."
JOÃO PAULO VIANA MAGALHÃES (Brasília, DF)

Polônia, 1988
"É gratificante saber que ainda restam pessoas como a mulher do ferroviário polonês que acordou após um longo coma de 19 anos (Mundo, pág. A11, 4/6).
O carinho e a dedicação só vêm provar à humanidade que uniões duradouras são o sustentáculo da família."
MARIELZA ORTEGA ROMA (São Carlos, SP)

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