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Bebida
"Os argumentos do presidente do
Conar -Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária-, ao atacar a
decisão do ministro da Saúde de
restringir a propaganda de bebidas
alcoólicas, são puro sofisma ("Restrições à publicidade contrariam a
Constituição", Entrevista da 2ª,
pág. A14, 4/6).
Ao dizer que a restrição fere a liberdade de se expressar, sendo,
pois, inconstitucional, o presidente
deixa de afirmar que o direito à vida
e à integridade física e psíquica das
pessoas são bens igualmente assegurados na Constituição -e certamente de maior valor.
Cabe torcer para que o ministro
Temporão não esmoreça diante da
pressão das cervejarias e de seus
publicitários e ponha em prática a
tardia restrição a essa publicidade."
JAIRO EDWARD DE LUCA, promotor de Justiça
(São Bernardo do Campo, SP)
"Acho da maior importância a entrevista com Gilberto Leifert. Séria,
técnica e clara. Dela virão outros
desdobramentos, mas é preciso que
a indústria da comunicação participe deste debate.
Estamos muito mais longe das
principais democracias do mundo
no que diz respeito ao rigor de comercialização do que em comunicação de cerveja.
Se um astro americano é pego dirigindo bêbado, ele vai preso. Isso
não ocorre nem de longe no Brasil.
Qualquer garoto pode comprar bebida neste país. Lá fora isso não é
admissível. O estabelecimento é fechado se for pego vendendo a menores.
A veiculação depois das 20 horas
não é tecnicamente eficaz. O que se
faz nos Estados Unidos e na Inglaterra é proibição pelo perfil da audiência. Comercial de cerveja só pode ser veiculado em programa com
mais de 70% de audiência adulta. O
"Bom Dia Brasil", da Globo, vai ao ar
às 7h30, e sua audiência é esmagadoramente adulta. As 23h, um canal
infantil continua sendo infantil.
Olho técnico na comunicação e
rigor absoluto na comercialização é
a maneira mais técnica de combate
aos abusos do álcool."
NIZAN GUANAES, presidente da Africa Propaganda
(São Paulo, SP)
"A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert)
se solidariza com o presidente do
Conar, Gilberto Leifert, que destacou que a posição da Anvisa de restringir a propaganda de bebidas alcoólicas é inconstitucional.
Leifert também enfatiza que, se a
Anvisa editar a regulamentação como pretende, irá ferir a liberdade de
iniciativa e de expressão comercial.
Ele ressalta ainda que os produtos
são lícitos e seguros para o consumo, tanto que o governo autoriza a
sua fabricação, distribuição e comercialização.
DANIEL PIMENTEL SLAVIERO, presidente da Abert
(Brasília, DF)
"Li, estupefato, a defesa do Conar
de publicidade sem limites para bebidas alcoólicas de teor reduzido
-cerveja-, com o pretexto de que
eventuais restrições feririam a liberdade de expressão e de que nenhum anunciante é obrigado a divulgar os malefícios que seus produtos causam aos usuários.
Esqueceu, entretanto, o senhor
Leifert que é dever do Estado garantir políticas públicas que visem a
redução do risco de doença (art. 196
da Constituição Federal) e que é incomensuravelmente mais benéfica
à população a busca da redução do
alcoolismo, doença que atinge parcela expressiva da população, inclusive os jovens, do que a garantia a alguns anunciantes do direito de divulgação de cervejas sem nenhuma
restrição de horário e forma."
JOSÉ DIOGO BASTOS NETO, advogado
(São Paulo, SP)
"Gilberto Leifert, presidente do
Conar, em sua entrevista de ontem,
fez colocações preciosas sobre a
questão da proibição (vulgo "restrição') à publicidade de bebidas e de
outros segmentos, que, se deixarmos, certamente virá por aí.
Como já tenho dito em diversas
oportunidades, publicidade de bebidas alcóolicas não causa acidentes de trânsito, violência doméstica
ou alcoolismo em crianças. O que
causam esses males são a falta de
informação, a ineficiência na aplicação das leis já existentes e a ausência de uma política de saúde pública. Proibir a publicidade é, sem
dúvida, o caminho mais fácil: é popular, dá a impressão de que algo
sério está sendo feito e garante votos. É o hipocritamente correto.
Elimina-se a espinha como se ela
fosse a culpada pela infecção."
FABIO FERNANDES, presidente e diretor de criação
da F/Nazca Saatchi & Saatchi (São Paulo, SP)
Navalha
"Perguntar não ofende: se Renan
Calheiros não declarou ao Imposto
de Renda o gado existente em sua
fazenda, que vale, por baixo, quase
R$ 5 milhões, não seria o caso de a
Receita Federal tomar alguma providência imediatamente?"
JOÃO DA SILVA BRASILEIRO (São Paulo, SP)
Soberania
"Oportuno -sobretudo coerente
e realista- o artigo "Agouros geopolíticos", de Aldo Pereira ("Tendências/Debates", 4/6).
Que sirva de alerta ao governo
brasileiro e particularmente às Forças Armadas -que, diga-se, estão
extremamente silenciosas diante
da gravidade dos fatos que estremecem a nossa tão propagada democracia nos últimos anos.
Sugiro que seja lido e relido com
especial atenção por aqueles que
são os responsáveis diretos pela
nossa defesa e soberania.
Afastado das fileiras do Exército
há 14 anos por motivo de passagem
para a reserva, posso afirmar com
convicção que já àquela época
(1993) havia um pressentimento
generalizado de que o futuro seria
igual ou pior ao descrito no citado
artigo. Dito e feito!
É chegada a hora de uma profunda reflexão."
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA, subtenente reformado do Exército (Lins, SP)
Fraudes no campo
"Estava na Folha de ontem
("Fraude tira maior seguradora rural do país", Dinheiro).
Este é mais um triste retrato deste nosso triste país -em mais uma
exibição vergonhosa para o público
exterior. Somos uma sociedade que
carrega esta sina de, individualmente, considerar-se esperta e, coletivamente, ir cada vez mais se imbecilizando, se animalizando.
O interessante é que, se conseguíssemos flagrar alguns destes
fraudadores em animadas conversas em rodeios, decerto ouviríamos
muitos lamentarem a onda de corrupção que grassa no governo."
JOÃO PAULO VIANA MAGALHÃES (Brasília, DF)
Polônia, 1988
"É gratificante saber que ainda
restam pessoas como a mulher do
ferroviário polonês que acordou
após um longo coma de 19 anos
(Mundo, pág. A11, 4/6).
O carinho e a dedicação só vêm
provar à humanidade que uniões
duradouras são o sustentáculo da
família."
MARIELZA ORTEGA ROMA (São Carlos, SP)
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