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ALÍVIO NA INFLAÇÃO
O debate a respeito do nível
adequado para a taxa de juros
de curto prazo (Selic) voltou à cena
com o resultado final de janeiro do
índice de preços ao consumidor
(IPC) apurado pela Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas).
A alta mensal de preços verificada,
de 0,65%, embora superior à de dezembro (0,42%), ficou abaixo das
projeções mais otimistas. Além disso, os aumentos se concentraram
num número reduzido de itens, levando a Fipe a atribuir a aceleração
da inflação verificada no mês essencialmente a fatores sazonais -tipicamente transitórios.
Um dos principais argumentos
apresentados pelo Banco Central
(BC) para justificar sua decisão de interromper a redução da taxa Selic em
janeiro foi justamente o receio de que
os aumentos de preços poderiam estar se generalizando pela economia.
O resultado do IPC-Fipe contraria essa previsão e reforça os argumentos
daqueles que consideraram excessivamente cautelosa a opção da autoridade monetária pela manutenção da
taxa básica de juros nos atuais 16,5%.
Depois da interrupção do corte da
Selic e da divulgação da justificativa
do BC, as expectativas em relação ao
comportamento da inflação se tornaram -paradoxalmente- mais
pessimistas. Nesse ambiente, passou a predominar entre os analistas a
convicção de que os cortes de juros
não seriam retomados em fevereiro e
talvez nem mesmo em março. Mais
do que isso, número crescente de
analistas passou a endossar o extremo conservadorismo do BC.
Os números recém-divulgados pela Fipe colocam essa posição em xeque, ao sugerir claramente que poderá haver margem para retomar o corte de juros, sem colocar em risco o
cumprimento da meta de inflação, já
no dia 18 deste mês -quando o Comitê de Política Monetária do BC voltará a deliberar a respeito da taxa Selic. Resta saber como o BC reagirá a
essas novas informações. Espera-se
que sua diretoria revele maturidade
para reexaminar a decisão de janeiro,
sob pena de inibir a retomada da atividade econômica.
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