São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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Carequinha
"A morte do palhaço Carequinha é um momento de profundo pesar nos corações brasileiros. Praticamente todos os brasileiros vivos foram alegrados pelo querido Carequinha nesses 85 anos de carreira e 90 de vida do mestre da alegria. Todos aqueles que tiveram a oportunidade de se divertir com as brincadeiras dele, guardam no peito, hoje, a saudade da partida de alguém muito querido. Carequinha continuará em nossas vidas, porque faz parte de nossa história."
Thiago Rachid (Nova Iguaçu, RJ)

Transporte em São Paulo
"A reportagem "Prefeitura cede e libera ônibus velhos por mais dois anos" (Cotidiano, 4/4) apequena a importância do termo de compromisso assinado entre a Prefeitura de São Paulo e os empresários de ônibus. E pior, informa mal. 1) A circulação de ônibus velhos é uma realidade antiga, e até uma parte da frota que será agora substituída já tinha mais de dez anos quando os contratos foram assinados, em 2003. Ou seja, ônibus com até 15 anos estarão, finalmente, deixando as ruas de São Paulo. 2) O objetivo do termo de compromisso não é "ceder" ou "liberar" o que quer que seja. Ao contrário, é justamente fazer cumprir o contrato e todas as suas exigências, o que nunca ocorreu. 3) O reajuste é uma previsão contratual. Sua vinculação às exigências de regularização das pendências contratuais apenas demonstra o rigor desta administração. 4) A disponibilização de um veículo adaptado, por linha, para pessoa portadora de deficiência não foi "definida" pelo termo. Trata-se de mais uma exigência contratual que passará a ser cumprida. O que mais surpreende é que a reportagem é assinada por Alencar Izidoro, um repórter que é tido como especialista no assunto. Aliás, ele já cobria o setor quando os contratos foram assinados, em julho de 2003, repletos de "inovações" em relação ao edital e com um rol de exigências que nunca foram cumpridas. É estranho que as "inovações" e descumprimentos nunca tenham sido questionados. Para a atual administração o contrato tem que ser cumprido?"
Frederico Bussinger, secretário municipal de Transportes (São Paulo, SP)

Resposta de Alencar Izidoro - Diferentemente do que afirma o missivista, a Folha noticiou as "inovações" e os descumprimentos contratuais também na gestão passada (como nos dias 6/8/03, 8/8/03, 5/8/04, 21/9/ 04, 7/10/04 e 16/12/04).

Comitê
"A sensação de impotência exposta por Rubens Alves em "O espectador" (Cotidiano, 4/4) trouxe-me à lembrança um episódio ocorrido pouco depois de 1964 na "Maison du Brésil", em Paris. Um dos residentes recém-chegados, estudante de física, foi acordado no meio da noite pelo fragor de violentos golpes contra a porta de seu quarto. A cada golpe, seguia-se ruidosa manifestação de aclamação e júbilo. Não tardou a saber que sua porta havia sido escolhida para ser um dos gols do campo de futebol improvisado no corredor. Para pôr fim à algazarra reinante, invocou o seu direito ao repouso, mas foi escarnecido. Já furioso, berrou: "Vou queixar-me ao Comitê!". O jogo e o barulho cessaram imediatamente, e ele já se preparava para voltar à cama, feliz por haver descoberto a frase mágica, quando um dos participantes do jogo o abordou, dizendo: "Estamos todos aqui, pode falar". Acontece que nós, hoje, não estamos à mercê das estrepolias de um comitê de residentes, mas sucumbimos à opressão de uma cúpula governante que tripudia sobre a lei e sobre os direitos dos cidadãos e pretende sufocar o povo e a nação, impondo-lhes o império de seus torpes desígnios."
Paulo dos Santos Ferreira (São Paulo, SP)

Livro
"Em relação à reportagem "Nossa Caixa gastou R$ 1 mi em álbum sobre São Paulo" (Brasil, 5/4), que informa que o Ministério Público teria visto "irregularidades" em despesas do Projeto SP-450, espero que essas supostas "irregularidades", se existiram, sejam apuradas. Já! E aproveito para dizer que todos os meus sigilos, bem como os de meus caseiros, estão abertos. A reportagem se esforça para estabelecer conexões quem sabe sinuosas entre o meu trabalho, a Nossa Caixa, a Caixa Econômica Federal, o ex-presidente de ambas instituições, Valdery Albuquerque, e Roger Ferreira, ex-assessor de comunicação do governo de São Paulo, já que minha empresa "prestou serviços à Caixa Federal na gestão de Valdery quando Ferreira chefiava a assessoria de comunicação do órgão". Pois não prestei um serviço apenas à CEF: prestei um serviço à história do Brasil, pois, por sugestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fui convidado, em 2003, para escrever sobre os 140 anos de história da Caixa Econômica Federal. Sugiro que, antecipando-se ao Ministério Público, essa eficientíssima Folha se empenhe em analisar detidamente tanto os valores pagos como o conteúdo editorial dos livros "Caixa: uma História Brasileira", "São Paulo: 450 anos em 24 horas" e "Os Nascimentos de São Paulo"."
Eduardo Bueno, escritor e jornalista (Porto Alegre, RS)

Copa 2006
"A respeito da reportagem "Ministério quer que escolas mostrem as partidas do Brasil" (Esporte, 29/3), de Gustavo Hofman, esclareço o que segue. O Colégio Miguel de Cervantes, há várias Copas do Mundo, tem por hábito posicionar telões para que alunos e professores assistam aos jogos do Brasil e da Espanha. Isso não significa, portanto, que eles perderão aulas. Esses "breaks" acontecem dentro do horário regular de aulas, e os telões facilitam esses momentos de torcida. Neste ano, temos ainda outra novidade que será usada para esses fins. Um de nossos módulos tem oito salas de aula com lousa digital e "home teather", um inovador projeto de arquitetura e tecnologia na educação. Essas salas irão veicular os jogos do Brasil e da Espanha com imagem de cinema e som digital. O colégio aproveita esses momentos para integrar alunos, professores e funcionários em uma grande torcida pelo Brasil e pela Espanha."
Amélia Salazar, diretora de ensino do Colégio Miguel de Cervantes (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Gustavo Hofman - A informação de que as aulas aconteceriam normalmente e que os estudantes não seriam liberados durante a Copa foi dada pela secretária da diretoria, Naty Rubio.

Drogas
"O ser humano usa entorpecente desde que dominou a agricultura e tomou conhecimento sobre o uso de determinadas plantas. É utópico acreditar que será possível eliminar o tráfico de drogas com o fim da "demanda". Tanto o poeta Ferreira Gullar quanto o vereador santista José Antonio M. Almeida defendem essa solução. Será que a legalização do consumo, com o Estado controlando o acesso a essas drogas e sabendo quem são seus usuários para poder tratá-los, não é uma solução mais prática? Jogar nas costas dos dependentes a conivência com o trafico é fácil, mas o buraco é mais embaixo. Por que o álcool e o cigarro, tão nocivos quanto as ditas drogas, são legalizados? O tráfico de drogas é um problema de toda a sociedade, mas acusar os dependentes químicos de responsáveis por sua existência não nos levará a solução nenhuma. Será só uma desculpa útil para o aumento da repressão e a criminalização dessas pessoas."
Thiago Candido da Silva (São Paulo, SP)


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