A empresa americana de computadores Dell apresentou ao governo federal uma proposta para construir uma nova fábrica no município de Alvorada (RS). A empresa solicita a isenção do Imposto de Importação de partes, peças e componentes de computadores por um período de pelo menos três anos (a alíquota atual média é de 13,5%). Em troca, a Dell assume o compromisso de investir imediatamente no país, dado que já tomou a decisão de ampliar sua capacidade produtiva e estaria apenas analisando a localização do investimento. A decisão precisaria ser tomada até o fim junho.
O Brasil seria um forte candidato, pois já abriga uma das seis fábricas da Dell no mundo. A primeira foi instalada na cidade de Eldorado do Sul (RS) em 1999. Duas estão localizadas nos Estados Unidos, e as outras, na Irlanda, na Malásia e na China. Deve-se salientar que a redução do Imposto de Importação não beneficiaria somente a Dell, mas todas as empresas que produzem computadores no país, seja as outras multinacionais como a IBM e a HP, seja as de capital nacional, como a Itautec.
A isenção tarifária parece ser importante para a empresa ganhar competitividade no mercado doméstico de computadores, no qual existe a concorrência representada por componentes vendidos sem nota fiscal e softwares piratas (estimados em 70% das vendas no país).
Aparentemente, parece correto implementar uma política de incentivo para as empresas produtoras de computadores, sobretudo para reduzir o amplo mercado informal. Como a política industrial do governo sinalizou uma ênfase na inovação tecnológica, seria importante negociar alguma contrapartida das empresas em relação ao volume de investimento local em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em proporção da receita total. Além disso, seria relevante estabelecer metas de exportações e uma gradual nacionalização das peças e componentes. Essa política poderia contrabalançar o elevado volume de importação setorial, com impacto nas contas externas.


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