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MILITARES NA PENÚRIA
É preocupante a situação de
constrangimento orçamentário
a que chegaram as Forças Armadas
brasileiras. Reportagem publicada
ontem mostra que militares e seus
familiares estão prestando outros
serviços para complementar o soldo.
No conjunto habitacional do Exército Promorar, em Deodoro, no Rio
de Janeiro, é possível encontrar militares de baixa patente que, fora de
serviço, vendem caldo de cana, pastéis e espetinhos de frango.
Além disso, conscritos estão sendo
dispensados, pois o Exército não
tem como alojá-los e alimentá-los.
Surgem relatos de falta querosene
para caças e óleo diesel para fragatas.
As Forças Armadas são de suma
importância para um país como o
Brasil. Por outro lado, é impossível
deixar de levar em consideração a carência de recursos que afeta todas as
áreas, incluindo saúde e educação.
A crer na prestigiosa publicação
"The Military Balance 2001/2002", do
Instituto Internacional de Estudos
Estratégicos, tem havido até aumento nos gastos "per capita" do Brasil
com a defesa. Em 1985, ainda durante o regime militar, o país gastou
US$ 42 por habitante com as Forças
Armadas. Em 2000, foram US$ 103
(aí incluídas as despesas com inativos). Esse montante é comparável ao
de outros países latino-americanos,
como a Argentina (US$ 125) ou o
Chile (US$ 190), que têm populações
sensivelmente menores.
Sem prejuízo de desejáveis aumentos nas verbas destinadas a aparelhá-las, é preciso que as Forças Armadas
procurem gastar melhor os recursos
de que já dispõem. Ampliar a profissionalização da tropa é uma medida
óbvia. Também seria importante realocar pessoal. Há excesso de soldados no Rio de Janeiro e nos Estados
do Sul em detrimento de grandes vazios na Amazônia. Há também gente
demais em atividades burocráticas.
Doutrinariamente, o caminho é a
modernização. Forças de reação rápida bem treinadas e equipadas devem substituir os grandes contingentes de infantaria.
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