São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Terror na Rússia
"Deplorável a atitude adotada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao determinar -mais uma vez- o uso da força bruta no episódio dos reféns na escola da Ossétia do Norte, gerando a morte de centenas de crianças e de pessoas inocentes. Putin, bem ao estilo Bush, não se preocupa com a vida humana. O Estado russo se perde e se desmoraliza quando "paga com a mesma moeda" e se utiliza das mesmas táticas condenáveis dos terroristas tchetchenos. Com um mínimo de bom senso e paciência nas negociações, Putin teria evitado mais esse gratuito derramamento de sangue. E o pior é que o mentiroso Putin ainda disse que sua prioridade era "salvar vidas humanas"."
Renato Khair (São Paulo, SP)
 

"Deplorável a cínica posição da Comunidade Européia e de parte da mídia diante de atos terroristas em geral e da recente tragédia na escola russa, questionando a ação da polícia e do Exército russos na tragédia da escola. O que deveriam ter feito, esperar que todas as centenas de reféns fossem abatidos pelas costas e mortos depois do tumulto e explosão dentro do prédio, ocorridos sem nenhuma ação externa? Agir assim acaba aliviando a integral culpa e responsabilidade dos sanguinários terroristas. O mesmo acontece quando, em vez de chamar esses monstros de terroristas, alguns insistem em qualificá-los como "insurgentes", "resistentes" ou "combatentes", coisa que eles nunca foram ou serão utilizando esses métodos."
Jaques Rechter (São Paulo, SP)
 

"Leitor da Folha há mais de 20 anos, nunca tinha visto uma Primeira Página tão triste ("250 morrem em escola na Rússia", 4/9): o olhar de uma mãe para sua filha morta nos faz refletir e perguntar por que tanto ódio, se somos todos "irmãos"."
Ricardo Hadicho (Ribeirão Preto, SP)

7 de Setembro
"Só ecoou o grito do Ipiranga "às margens plácidas" depois da firme atuação de políticos patriotas e da diplomacia apoiada no emprego do Exército e da Armada, criada com subvenção popular, que expulsaram os colonizadores, tendo a esquadra brasileira perseguido a força naval portuguesa até o Tejo. Neste 7 de Setembro, o "Grito dos Excluídos", iniciativa da CNBB e movimentos sociais, parece não ter ainda ressoado, quer na elite, quer entre os políticos, que têm vergonha de ser nacionalistas, ou seja, defender o interesse nacional, promovendo a justiça social, que só pode ser obtida com soberania econômica. E ainda menosprezam aquilo que as Forças Armadas fazem civicamente todos os anos: desfilar para o povo e autoridades, numa demonstração de patriotismo e obediência ao poder civil, a quem cabe obter o desenvolvimento econômico e promover justiça."
Paulo Marcos G. Lustoza, capitão-de-mar-e-guerra da reserva (Rio de Janeiro, RJ)

Constituição transgênica
"A capacidade do STF (Supremo Tribunal Federal) de alterar geneticamente os princípios constitucionais tão duramente conquistados -vide exemplos dos juros, taxação de inativos, sentenças meramente declaratórias em mandados de injunção etc.- é tamanha que a corte já está sendo chamada, no meio acadêmico, de "Serviço Transgênico Federal"." Heliton Rocha Valinhos (SP)

O sertão vai virar mar
"O presidente Lula e o ministro Ciro Gomes classificaram de "provincianos" os críticos do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. Ledo engano. Não sou oriundo de nenhum dos Estados banhados pelas águas do Rio São Francisco e entendo que a obra tem o potencial de se transformar num desastre ecológico sem precedentes se não houver a observação dos preceitos de um rigoroso estudo de impacto ambiental. As ilustres autoridades deveriam elas próprias deixar de ser provincianas e olhar o que ocorreu em outras partes do mundo com obras hídricas do mesmo porte. Faço duas sugestões: a barragem de Assuã, que praticamente secou o Nilo, e as obras no lago Baikal feitas pelo antigo governo soviético, que desidrataram aquele que até então era um dos maiores lagos do mundo."
Alexandre Marcos Pereira (São Paulo, SP)

Ciência e vida
"Meus aplausos ao artigo de dom Geraldo Majella Agnelo ("Em defesa da vida humana", pág. A3, 29/8). O texto focalizou, com muita perspicácia, a questão do uso das células-tronco de embriões para fins terapêuticos. Se salvar vidas é algo louvável e que deve ser perseguido incessantemente pela ciência, é inegável, todavia, que os embriões são seres humanos vivos, juridicamente existentes e, por conseguinte, não podem ser destruídos, nem mesmo para salvar outras vidas. A comparação invocada pelo articulista é plenamente válida: seria algo semelhante a utilizar órgãos de pessoas vivas, levando-as à morte, para salvar outras pessoas."
João Sarti Jr. (São Paulo, SP)

Penas e punição
"Informação pela metade pode ser desinformação. Quem leu a reportagem de capa do caderno Cotidiano de 1º/9/04 ("Condenações por roubo ignoram semi-aberto'), de Sílvia Corrêa, e é leigo no assunto pensará que os réus primários condenados por roubos a pena de cinco anos e quatro meses de prisão cumprirão integralmente a reprimenda em regime fechado, quando na verdade apenas o regime "inicial" é fechado e permite a progressão para semi-aberto depois do cumprimento de um sexto da pena (cerca de dez meses e meio), se o condenado tiver bom comportamento, e para o aberto com mais um sexto da pena cumprida (cerca de nove meses). Ou seja, dos cinco anos e quatro meses, o condenado cumprirá preso aproximadamente 19 meses e meio, contado aí o tempo que esteve preso durante o processo, e já terá direito ao regime aberto. Para crime praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, pouco mais de um ano e meio é muito tempo de segregação do convívio social?"
Regina Mondin (Jundiaí, SP)

Resposta da jornalista Sílvia Corrêa - A reportagem analisa o conteúdo das sentenças -o início do cumprimento das penas. Isso fica claro em trechos como o seguinte: "apenas dois desses sete presos são encaminhados diretamente a unidades de regime mais brando". As varas de execução estão congestionadas e, mesmo com o direito à progressão, os presos acabam cumprindo quase que a totalidade da pena em regime fechado.

Prêmio
"Desejo cumprimentar a Direção da Folha por mais uma importante conquista: o prêmio conferido ao experiente jornalista Clóvis Rossi pela Fundação Nuevo Periodismo Iberoamericano. Ao reconhecer o papel ético do conjunto da obra de Rossi, aquela instituição internacional ressalta, de certa forma, o valor do jornalismo independente, na contramão da proposta da criação do Conselho Federal de Jornalismo, hoje em dia discutida no Brasil. A Folha merece os parabéns por manter em seus quadros um articulista do quilate de Rossi. Para nós, jornalistas de São Paulo, esse prêmio também tem valor histórico."
Afanasio Jazadji, deputado estadual (PFL-SP) e vice-presidente da Associação Paulista de Imprensa (São Paulo, SP)

TV
"Reconheço vários dos méritos da TV Globo apontados por João Roberto Marinho no artigo "A TV não é o problema" ("Tendências/Debates", 2/9). Mas faltou, em seu artigo, abordar outros lados da questão Ancinav. O "quase-monopólio" da audiência transforma-se em voz única e corta a rica possibilidade da diversidade. As TVs são concessões públicas, portanto é legítimo que o poder público tenha direito de disciplinar e fiscalizar sua utilização. A expressão cinematográfica vai muito além de Hollywood, e é preciso mecanismo que garantam a pluralidade. O projeto de criação da Ancinav é importantíssimo para sociedade brasileira."
Fabiana Tambellini (São Paulo, SP)

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