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CACIQUES EM DECLÍNIO
A julgar pelos resultados dos
pleitos municipais, o crescimento do PT e do PSDB não é a única
novidade no cenário político. Ao que
tudo indica, enquanto estas duas siglas conquistam terreno, parecem
enfraquecidos políticos de cepa populista, como é o caso de Anthony
Garotinho (PMDB-RJ), Secretário de
Segurança e ex-governador do Rio de
Janeiro, ou de estirpe oligárquica
-notadamente, o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA) e a família Sarney. Junte-se a isso também a
derrota de Paulo Maluf em São Paulo, com apenas 11,94% dos votos, outro indício de declínio desse modelo
de liderança política.
Evidentemente, esses líderes continuam a ter expressão nacional e ainda exercem influência sobre seus redutos. Contudo, saíram do pleito
menos poderosos.
Em Salvador, o candidato César
Borges (PFL), apadrinhado do senador Antonio Carlos Magalhães, passou para o segundo turno por uma
diminuta margem de votos. Borges
ficou apenas 0,26 ponto percentual à
frente do terceiro colocado. Além
disso, ACM sofreu perdas em alguns
dos colégios eleitorais mais importantes da Bahia.
O clã Sarney, por sua vez, teve de
amargar ao menos uma fragorosa
derrota na disputa pela prefeitura de
São Luiz. Seu candidato Ricardo Murad (PSB), cunhado da senadora Roseana Sarney (PFL-MA), amealhou
pífios 7,7% dos votos. Já a família
Garotinho, da qual faz parte a governadora fluminense, Rosinha, foi vitimada pela vitória esmagadora de César Maia no Rio e enfrentou dificuldades em cidades importantes.
Evidentemente, seria prematuro
vaticinar -apenas a partir dos resultados dessas eleições- o ocaso dos
chamados "caciques" no cenário político brasileiro. É prudente que se esperem novos desdobramentos para
firmar melhor juízo. Mesmo assim é
possível divisar com clareza sinais de
que o eleitorado se mostrou menos
inclinado a prestigiar líderes personalistas ao estilo tradicional.
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