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REGULAÇÃO EFICAZ
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) finalizou o
processo de caducidade que poderia
ter levado à cassação da concessão
que o grupo espanhol Endesa obteve
para explorar a Coelce (Companhia
Energética do Ceará).
A Aneel entendeu que houve uma
correção significativa dos problemas
que motivaram a abertura do processo. Segundo o diretor-geral da Agência, José Mário Abdo, a empresa atingiu 80% de adequação às exigências.
Um dos problemas levantados era
a não-concessão de desconto tarifário para cerca de 50 mil consumidores de baixa renda. Além da correção
da falha, esses consumidores deverão ser ressarcidos do valor que pagaram indevidamente.
Com o fim do processo, a Endesa
poderá voltar a participar de novas licitações promovidas pela Aneel. Entretanto, a multa de R$ 6,9 milhões,
aplicada pela Agência Regulatória do
Ceará, foi mantida.
A atuação da Aneel seguiu critérios
técnicos com isenção e transparência. Assim, foi resolvida grande parte
dos problemas de atendimento que a
concessionária apresentava. A empresa controladora escapou das punições mais severas, mas foi multada
pelas falhas apresentadas.
Esse é um exemplo de que o Estado, atuando na função de regulador,
pode garantir um bom desempenho
de serviços públicos privatizados.
Deve-se lembrar que um dos argumentos que justificaram a privatização dos serviços foi o de que o Estado
contribuiria melhor atuando como
regulador do que como produtor.
É notório que a montagem das
agências de regulação não obedeceu
ao princípio de garantir a independência política de seus membros em
relação ao Executivo.
Tal situação representa um risco
para a eficácia do exercício de regulação que ainda precisa ser resolvido.
Mas deve-se reconhecer que se ampliam os canais de pressão e reclamação dos consumidores.
O sucesso da privatização da infra-estrutura depende bastante da melhora da interação entre agências,
consumidores e concessionárias.
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