São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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ENERGIA INTERNA

Entre janeiro e outubro de 2002, o superávit da balança comercial brasileira atingiu US$ 10 bilhões. As exportações cresceram 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionadas pela desvalorização cambial e pelo aumento nos preços de alguns produtos no mercado internacional. As importações caíram 16,6%, seguindo a desaceleração da economia.
Movimento semelhante foi registrado no setor petrolífero. A Petrobras aumentou suas exportações e diminuiu as importações. Houve uma redução de 40% no déficit nas transações externas do setor. Se forem consideradas apenas as quantidades comercializadas, a Petrobras obteve um superávit histórico. Assim, vai se evidenciando a possibilidade de que, num futuro próximo, o setor petrolífero nacional não só abasteça o mercado interno, mas também exporte o excedente.
Nesse contexto, ganha importância a expansão do Proálcool. Além de ser um substituto para a importação de derivados de petróleo, o combustível "verde" pode trazer outras vantagens, como a geração de divisas. Em 2001, o setor sucroalcooleiro produziu 5 bilhões de litros de álcool hidratado (aquele colocado diretamente no tanque do carro) e 6 bilhões de álcool anidro (adicionado à gasolina na proporção de 25%), garantindo a redução nas importações de petróleo. O desenvolvimento de novas tecnologias, como o carro "flexfuel" (que adapta o motor para o uso de gasolina e de álcool), previsto para o próximo ano, permitirá maior flexibilidade para os consumidores.
O Brasil está negociando um acordo com a Alemanha que prevê investimentos de R$ 100 milhões na produção de veículos a álcool, no âmbito do Protocolo de Kyoto. Acordos com China, Índia e Japão devem expandir a exportação de álcool nos próximos anos. Apenas o Japão precisará importar 5 bilhões de litros, se for aprovada a proposta de adicionar 3% de álcool à sua gasolina, para reduzir a emissão de carbono na atmosfera.
Enfim, se o álcool "retira" mercado doméstico da gasolina, ele pode ampliar a substituição de importações de petróleo e gerar divisas.


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