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ELIANE CANTANHÊDE
Calamidade
BRASÍLIA - Enquanto Lula e FHC
trocam farpas por qualquer coisa,
enquanto o PT e o PSDB se esgoelam em torno de heranças benditas
e malditas, enquanto o noticiário se
alimenta de escândalos e enquanto
Brasília pára por causa de Renan
Calheiros...
... o Brasil amarga os últimos lugares no ranking de educação no
mundo. A escola particular é ruim,
a pública, péssima, e o país ficou em
52º no aprendizado de ciências, em
53º no de matemática e em 48º no
de leitura, entre 56 e 57 avaliados.
São Paulo não conseguiu superar
a média em nenhuma das três áreas
e se saiu pior do que, por exemplo,
Rondônia e Sergipe. E é o Estado
mais desenvolvido do país, matriz e
sede do PSDB e do PT e governado
há 12 anos pelos tucanos,
O Maranhão foi o pior em ciências, em matemática e em leitura,
apesar de comandado há meio século pelo ex-presidente da República, ex-governador, ex-presidente
do Senado e atual senador José Sarney (PMDB), que é bom de leitura e
de escrita. Membro da Academia
Brasileira de Letras, acaba de badalar seu último livro nos EUA.
Os resultados na educação vêm
logo depois da entrada do Brasil no
grupo de países de alto desenvolvimento humano, comemorada com
champanhe e fogos de artifício, como se o país não fosse o último entre os 70 sócios. Comemorar o quê?
O avanço do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o vexame na educação não são nem mérito nem culpa de Lula, são resultado
de um longo processo que fez do
Brasil uma das maiores economias
emergentes do mundo e, ao mesmo
tempo, recordista em desigualdade
e desastroso no essencial -educação, saúde, segurança pública.
Essa história de Brics e Ibas (grupos de países emergentes) é até chique, mas o que importa é professor
preparado e bem pago, sala de aula
adequada, novas tecnologias e aluno aprendendo. O futuro está aí:
educação, educação, educação!
elianec@uol.com.br
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