São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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ELIANE CANTANHÊDE

Calamidade

BRASÍLIA - Enquanto Lula e FHC trocam farpas por qualquer coisa, enquanto o PT e o PSDB se esgoelam em torno de heranças benditas e malditas, enquanto o noticiário se alimenta de escândalos e enquanto Brasília pára por causa de Renan Calheiros...
... o Brasil amarga os últimos lugares no ranking de educação no mundo. A escola particular é ruim, a pública, péssima, e o país ficou em 52º no aprendizado de ciências, em 53º no de matemática e em 48º no de leitura, entre 56 e 57 avaliados.
São Paulo não conseguiu superar a média em nenhuma das três áreas e se saiu pior do que, por exemplo, Rondônia e Sergipe. E é o Estado mais desenvolvido do país, matriz e sede do PSDB e do PT e governado há 12 anos pelos tucanos, O Maranhão foi o pior em ciências, em matemática e em leitura, apesar de comandado há meio século pelo ex-presidente da República, ex-governador, ex-presidente do Senado e atual senador José Sarney (PMDB), que é bom de leitura e de escrita. Membro da Academia Brasileira de Letras, acaba de badalar seu último livro nos EUA.
Os resultados na educação vêm logo depois da entrada do Brasil no grupo de países de alto desenvolvimento humano, comemorada com champanhe e fogos de artifício, como se o país não fosse o último entre os 70 sócios. Comemorar o quê?
O avanço do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o vexame na educação não são nem mérito nem culpa de Lula, são resultado de um longo processo que fez do Brasil uma das maiores economias emergentes do mundo e, ao mesmo tempo, recordista em desigualdade e desastroso no essencial -educação, saúde, segurança pública.
Essa história de Brics e Ibas (grupos de países emergentes) é até chique, mas o que importa é professor preparado e bem pago, sala de aula adequada, novas tecnologias e aluno aprendendo. O futuro está aí: educação, educação, educação!


elianec@uol.com.br

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