São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Brasil
"Li a opinião do senhor Boris Fausto no artigo "Lula e os riscos" (Opinião, pág. A2, 6/5) e fiquei indignado com ela. Quem defende a nossa soberania não pode aceitar que os rumos políticos e econômicos do nosso país sejam ditados por escritórios ou por agências internacionais, cujos donos não sabemos quem são. Mas sabemos que são claros os seus interesses: promover a especulação financeira internacional e a defesa de uma ordem que só serve para aumentar a exclusão de povos inteiros. Se isso viesse de um cidadão desinformado, até daria para compreender, mas, vindo de um historiador, não."
Simão Pedro Chiovetti (São Paulo, SP)

"Esplêndidas a coragem e a lucidez intelectual de Boris Fausto ao afirmar que Lula representa um risco para o país caso chegue ao Planalto. Uma atitude dessa não é comum entre nossos intelectuais, pois a cegueira ideológica os impede de pensar, levando-os a se posicionar sempre contra os governos não-esquerdistas e a apoiar cegamente todo e qualquer candidato de esquerda."
Fábio Borges de Aquino (São Paulo, SP)

Bancos
"Que tal nós, brasileiros, também recomendarmos um boicote a todos esses bancos estrangeiros no Brasil que recomendam o não-investimento em nossos títulos -ABN Amro Bank, Santander etc. Se eles não acreditam no futuro da nossa democracia e da nossa economia, por que estão aqui no país?"
José Armando Libardi Filho
(Piracicaba, SP)

Privatizações
"Ao exaltar o heroísmo dos pilotos da RAF na Segunda Guerra, Churchill afirmou que nunca tantos deveram tanto a tão poucos. Projetando a frase histórica para o Brasil de hoje -diante das revelações sobre a privatização da Vale do Rio Doce-, poderíamos dizer que nunca tão poucos tiraram tanto de tantos em tão pouco tempo. E, a respeito da privatização, deixo uma pergunta: por que, para desestatizar, é necessário buscar recursos nos fundos de pensão de estatais?"
Pedro do Coutto (Rio de Janeiro, RJ)

"O sr. Benjamim Steinbruck me parece um homem íntegro e muito bem intencionado, mas me soa, no mínimo, estranho que o fato divulgado por ele -acontecido há tanto tempo- venha a público somente agora, em época eleitoral. Coincidência?"
Délia Guelman (São Paulo, SP)

"Lamentável que a Folha, já sabendo da irresponsabilidade e da falta de caráter do procurador Luiz Francisco, continue a dar a ele espaço para suas leviandades e me negue o elementar direito de defesa. Desesperado pela absoluta falta de elementos que sustentem as calúnias e injúrias que lançou contra mim nos últimos dois anos, esse indivíduo -que responde a diversos processos por crimes cometidos no exercício de suas funções- fez novamente declarações à Folha em que tenta envolver o meu nome em outro escândalo -desta vez, o suposto pedido de propina na privatização da Vale do Rio Doce. Ao dizer que "os relatos apresentados na revista sugerem que EJ seria o braço político da manipulação dos fundos", tenta enganar leitores desavisados, que, lendo a reportagem em questão, veriam ser a afirmação completamente mentirosa e descabida. Ao tentar envolver-me em mais esse caso, o procurador usa seu cargo para uma perseguição pessoal: cada vez que se comprova ser vazia e falsa qualquer acusação contra mim, tenta criar outra. A Justiça, que é maior que o possível desvario de alguns membros do Ministério Público, já evidenciou a completa falta de elementos das tresloucadas petições que esse senhor apresentou para tentar abrir algum processo contra mim. Mesmo assim, sei que ele nunca terá honestidade suficiente para reconhecer isso."
Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência da República (Brasília, DF)

Querida e abandonada
"A prefeita Marta Suplicy está querendo fiscalizar a Sabesp. A Sabesp é uma sociedade anônima que presta um serviço muito eficiente para os usuários. A prefeita não consegue fiscalizar a coleta de lixo nem a atuação dos ambulantes e das empresas de ônibus, que fazem o que querem na cidade. A prefeita deveria cuidar da cidade com mais zelo e deixar de responsabilizar os outros pelos seus fracassos administrativos. A Sabesp é um modelo que a prefeita deveria seguir para melhorar a administração da nossa querida e abandonada São Paulo."
Marco Antonio Martignoni
(São Paulo, SP)

Estradas
"O editorial "A via dos acidentes" (Opinião, pág. A2, 6/5) discute o mau estado das vias públicas e comenta uma consequência dessa situação: o número de acidentes automobilísticos que ocorrem por causa disso. Porém há outros dois pontos que devem ser comentados: o prejuízo financeiro ao cidadão e o aumento do tempo de traslado. Os proprietários de automóveis sabem que os amortecedores dos carros tendem a quebrar com grande frequência, pois, em sua grande maioria, não foram feitos para terrenos tão acidentados como os das ruas de São Paulo. E mais preocupante ainda é o tempo que se perde nas ruas. Reportagem da Folha mostrou que o atraso de ônibus é o principal motivo de reclamações dos usuários, mas não apontou as más condições das ruas como uma das causas, já que, em ruas com asfalto ruim, andar rapidamente é, além de desconfortável, perigoso."
Flávio de Almeida Athayde
(São Paulo, SP)

Coragem
"Parabenizo Rubem Alves pelo artigo "Ganhei coragem" ("Tendências/Debates", pág. A3, 5/5). Com certeza, muitos, como eu, também ganharão coragem para ser mais autênticos, importando-se menos com a mediocridade e com a vulgaridade coletiva que nos ronda. Realmente, essa crônica é um verdadeiro "Concerto para corpo e alma'!"
Maurílio Angelo Soares
(Belo Horizonte, MG)

Educação
"O governo Fernando Henrique Cardoso será lembrado pela ampliação do ensino superior no país, motivado pela explosão descontrolada do setor privado nessa área. Porém a "república dos professores" deixou à míngua as universidades públicas, como nos fazem lembrar os estudantes da Universidade de São Paulo e os seus narizes de palhaço. A USP, em especial, sempre manteve mecanismos eficientes de seleção e de recrutamento de docentes. Hoje, o sistema está em crise. Os estudantes de pós-graduação são obrigados a concluir os seus trabalhos em prazos exíguos, o que lhes dificulta sobremaneira a boa experiência da pesquisa. Os mestres e doutores (mal) formados encaminham-se para o mercado do setor privado, pois não existe política consistente de contratação de professores para as universidades públicas. O estudante de graduação, em uma universidade que arrota excelência, revive o pesadelo dos cursinhos pré-vestibulares em salas de aula superlotadas. É preciso que a USP pare e repense seriamente a sua política acadêmica -sob pena de, brevemente, perder a sua "aura" de principal instituição de ensino do país."
Wagner de Melo Romão, coordenador da Associação Nacional de Pós-Graduandos e representante dos pós-graduandos no Conselho Universitário da USP (São Paulo, SP)



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