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PAINEL DO LEITOR
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Senado
"A justificativa utilizada pelo presidente do Conselho de Ética do Senado para arquivar os pedidos de
investigação contra José Sarney foi
que "estes pedidos foram baseados
em reportagens de jornal".
Considerou todas as inúmeras
reportagens da imprensa (muitas
delas acompanhadas de farta documentação) infundadas e inverídicas, não merecedoras de crédito,
nem para justificar a abertura de
uma investigação.
Será que a imprensa e suas entidades representativas não deveriam se manifestar diante dessa
desqualificação pública, que coloca
em suspeição a sua credibilidade?"
ODED GRAJEW, Movimento Nossa São Paulo e
Instituto Ethos (São Paulo, SP)
"Acabo de ver o senador Mão
Santa ler, da tribuna, reportagem
sobre corrupção no Piauí.
Não sei para que faz isso, pois o
senhor Sarney defendeu-se das
acusações que pesam sobre ele em
assuntos "extra-Senado" dizendo
que não poderiam ser aceitas por
estarem fundadas apenas em notícias de jornal.
No momento seguinte, por mera coincidência, o senhor
Paulo Duque, presidente da Comissão de Ética e Decoro, rejeitou as
representações contra o senhor
Sarney pelo mesmo motivo.
Ou seja, denúncia de jornal não
serve nem para que o fórum competente inicie a investigação. Então
para que serve o papel investigativo
e de denúncia da imprensa?"
PAULO DE TARSO J SANTOS (São Paulo, SP)
"Depois de mais de 50 anos lendo
diariamente os principais jornais
do Brasil, e agora assistindo e lendo
sobre -como disse Clóvis Rossi- o
"lodaçal" do Congresso, estou me
sentindo um "ledo enganado". Com
todo o cuidado possível, tenho formado minha opinião, de forma geral, também baseado no que leio
nos jornais sérios.
Agora, as "autoridades" se desculpam e se justificam, com o argumento -não contestado por ninguém, nem pelos próprios jornais-
de que se trata de informes baseados "apenas em recortes de jornais".
Talvez fosse o caso de a Folha
dizer que os seus "recortes" são
sérios."
EDSON RIERA (Itajubá, MG)
"Quando o senador José Sarney
diz que "nenhum senador é maior
do que outro" (Brasil, pág. A4, ontem), relembra a seus pares que, em
sua grande maioria, estão eles atolados no mesmo "lodaçal putrefato"
a que se referiu o jornalista Clóvis
Rossi.
Estão curvados, unidos e presos
de corpo e alma por ações e conchavos conjuntos. Estão paralisados e
calados por favores ocultos e tão secretos quanto os atos dos membros
desse Congresso que desprezam o
povo brasileiro e a terra onde nasceram.
É preciso lutar pelo fim dos suplentes e pela redução do número
de 81 senadores.
É preciso lutar contra o nepotismo, contra o apadrinhamento ali
trocado e contra a assustadora despesa de R$ 2,7 bi que os senadores
causam anualmente à União."
MARIA DE LOURDES BIAGIONI SANTOS
(Belo Horizonte, MG)
"Gostaria de parabenizar o jornalista Clóvis Rossi por sua coluna.
Mas discordo dele quando diz que
nossos políticos não sabem diferenciar entre seus gastos públicos e os
privados.
Eles sabem muito bem, pois,
quando é para gastar, mesmo que
para ajudar os seus, sempre o fazem
com dinheiro público, e nunca com
os seus vencimentos -que, por sinal, me parecem muito elevados."
CLÁUDIO SANTOS CASTELHANO (São Paulo, SP)
Símbolos
"Concordo inteiramente com a
manifestação do senhor Antonio
Jorge Pereira Júnior ("Painel do
Leitor", ontem) em relação à medida da Procuradoria Regional dos
Direitos do Cidadão em São Paulo
que propõe a retirada dos símbolos
religiosos das repartições públicas.
Em nome de um suposto "Estado
laico" (expressão da moda), alguns
agentes públicos vêm se equivocando e fazendo com que instrumentos
jurídicos legítimos sejam utilizados
para fomentar a intolerância religiosa, dando vazão a um profundo
sentimento anticatólico.
Será que o interesse público e o
bem-estar coletivo, finalidade
maior de todo ato praticado por
agentes públicos, estão sendo atendidos com essa medida? Ou estaria
prevalecendo o interesse de uma
minoria muito bem articulada em
detrimento do interesse da maioria
da população?"
FÁBIO VIEIRA (Jacareí, SP)
"Fiquei feliz em saber que o Ministério Público de São Paulo quer
proibir a exposição de símbolos religiosos em repartições públicas.
Nada mais justo e sensato para um
Estado laico e democrático.
Agora só falta a Fifa proibir aquelas cenas patéticas protagonizadas
pela nossa seleção após cada título,
quando os 22 jogadores e a comissão técnica ficam de joelhos no centro do campo rezando o pai-nosso.
Eu queria ver o que aconteceria
ao jogador que se recusasse a participar da rodinha por se declarar agnóstico ou ateu. Será que voltaria a
ser convocado?"
MARCELO D. COSTA (São Paulo, SP)
TV Brasil
"Em entrevista concedida no dia
29/7 à repórter Ana Paula Sousa,
manifestei a posição do Intervozes
acerca do modelo de distribuição da
TV Brasil. Houve, no entanto, um
equívoco na declaração publicada
na edição de 30/7 na Ilustrada.
O Intervozes sabe que a EBC não
é uma emissora apenas e reconhece
e saúda a construção de uma rede
pública nacional de televisão, formada a partir do nascimento da TV
Brasil em parceria com as emissoras educativas estaduais.
O que afirmamos à repórter é que
esta rede, embrionária, ainda está
longe de representar a consolidação de um sistema público de comunicação no país -este, sim, previsto na Carta de Brasília."
BIA BARBOSA, Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social (São Paulo, SP)
Merenda em SP
"Em relação à reportagem "Documentos da licitação da merenda somem" (Cotidiano, ontem), a Secretaria Municipal de Educação reitera, como já havia sido dito à reportagem da Folha, que a ata do pregão foi publicada, em sua íntegra,
no "Diário Oficial da Cidade", no dia
29 de julho, nas páginas 85 a 91.
Portanto, a ata já é um documento público e conhecido. Sendo assim, o desaparecimento desse material não afeta a licitação."
ANDRÉA PORTELLA, assessora de imprensa da Secretaria Municipal de Educação (São Paulo, SP)
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