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FERNANDO RODRIGUES
Economia e política
BRASÍLIA - Qualquer alfabetizado sabe do envolvimento ou da incúria
do presidente Lula sobre PTduto. A
popularidade do petista está em queda. Mas a economia é um fator a não
ser desprezado.
Ontem, saiu mais uma previsão para o crescimento deste ano. Deve ficar
na casa dos 3,5%. É pouco para tirar
o país do atoleiro, OK, mas somados
aos quase 5% de 2004 é algo acima
da média. Se em 2006 o cenário pelo
menos se mantiver, vai ter muito jogo
na sucessão presidencial. Na hora de
contar os votos, a oposição poderá arrepender-se de ter minimizado as conexões do "mensalão" com Lula.
A história recente mostra como a
combinação da economia com política é decisiva. José Sarney entrou no
buraco quando o PIB cresceu só
0,06% em 1988. No ano seguinte, melhorou. Só que a inflação anual era
de 1.635,85%. Deu Fernando Collor.
O reinado collorido terminou em
1992 com impeachment. Todos se
lembram. Mas é importante notar
que naquele ano ocorreu um encolhimento de 0,54% do PIB. A alta anual
dos preços ficou em 1.129,45%.
Itamar Franco fez o Plano Real e o
seu sucessor, FHC. O tucano baixou a
inflação e reelegeu-se no primeiro
turno em 1998.
Em 2002, a história mudou. A economia patinava. A inflação chegou
perigosamente perto dos 10% anuais.
O eleitor rejeitou José Serra. Apostou
em Lula e na mudança (sic).
É cedo para saber o que acontecerá
em 2006, mas é certo que algum efeito
o crescimento econômico terá sobre o
cenário político-eleitoral.
O cenário dourado do Palácio do
Planalto é simples. As CPIs morrem
até o final deste ano. O Natal trará os
números positivos da economia. Em
2006 os juros cairão.
O difícil será dissociar Lula do PT.
Para o partido, o crescimento econômico certamente será ineficaz para
limpar a lama do "mensalão".
@ - frodriguesbsb@uol.com.br
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