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A GRANDE MENTIRA
Agora é oficial: as armas de
destruição em massa que serviram de pretexto para a invasão do
Iraque ordenada por George W.
Bush já não existiam 12 anos antes de
os EUA lançarem a primeira bomba
sobre Bagdá. Não se trata de mais
uma acusação eleitoreira do Partido
Democrata, mas do relatório final de
uma missão de inspetores norte-americanos e britânicos nomeada
pelo próprio governo dos EUA.
Durante 15 meses, mais de 1.200 investigadores indicados por órgãos
como a CIA (serviço secreto norte-americano) reviraram o Iraque em
busca de sinais de armas proibidas.
O atual chefe dos inspetores, Charles
Duelfer, acaba de divulgar seu relatório final com mais de 900 páginas,
nas quais afirma que Saddam Hussein começou a se livrar de suas armas químicas logo após a derrota na
Guerra do Golfo em 1991. De lá até a
invasão, o país havia perdido sensivelmente sua capacidade nessa área.
O texto de Duelfer sugere que Saddam pretendia retomar a produção
após o fim das sanções que a ONU
impunha ao Iraque, mas que Bagdá
de maneira nenhuma representava
uma ameaça iminente.
As conclusões do relatório são,
portanto, diametralmente opostas
ao que o presidente Bush e seus aliados alegavam antes da invasão, tendo chegado a armar um teatro na sede da ONU para tentar provar ao
mundo que Saddam mantinha grandes arsenais de armas químicas e
biológicas e estava prestes a adquirir
capacidade nuclear.
O presidente Bush e seu escudeiro
britânico Tony Blair viram ruir uma a
uma todas as razões que alegaram
para a iniciar uma guerra sem o
apoio das Nações Unidas. As armas
de destruição em massa simplesmente não existiam, assim como
não era real a relação entre Saddam e
a rede terrorista Al Qaeda. Pior, a intervenção militar, que deveria levar
aos iraquianos paz, democracia e
respeito aos direitos humanos, vai
degenerando numa guerra civil para
a qual não se vislumbra um fim.
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