|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Derrotas de Obama
QUANDO Barack Obama tomou posse, houve quem
antevisse uma fase de
franca supremacia do Partido
Democrata. Além da vitória na
Casa Branca, os partidários de
Obama obtiveram maioria tanto
na Câmara quanto no Senado.
As eleições em alguns Estados
americanos, nesta semana, indicam que a hegemonia democrata, no eleitorado, já é menos confortável do que há um ano.
Na disputa do governo da Virginia, Bob McDonnel, republicano, derrotou o democrata Creigh
Deeds. Surpreendente foi a eleição, para governar Nova Jersey,
do conservador Chris Christie
sobre Jon Corzine, da sigla de
Obama. O republicano Michael
Bloomberg sagrou-se prefeito de
Nova York pela terceira vez.
Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca, considera os temas locais -não relacionados, portanto, a Obama- determinantes para o êxito republicano.
A hipótese faz sentido, desde
que relativizada diante do empenho pessoal do presidente para
eleger os democratas. A partir do
momento em que Obama se envolve na disputa estadual, ela ganha ares de embate nacional. E é
justamente no ambiente nacional que se dá o enfraquecimento
da chamada "obamania".
Se estas eleições locais se associam só indiretamente à queda
da popularidade do presidente, a
votação da reforma de saúde no
Congresso -que contempla a expansão do programa estatal hoje
restrito às famílias mais pobres-
poderá alterar o quadro.
Proposta semelhante foi apresentada por Bill Clinton no início
de seu mandato e foi derrotada.
Agora Obama volta à carga, enfrentando a vigorosa resistência
não apenas de republicanos, mas
também de eleitores no espectro
de influência dos democratas.
Do resultado desta batalha e, sobretudo, do desempenho da economia nos próximos dois anos,
dependem as chances de sucesso
político da gestão Obama.
Texto Anterior: Editoriais: Depois do muro Próximo Texto: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Notícias do interior Índice
|