São Paulo, sábado, 07 de novembro de 2009

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Editoriais

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Derrotas de Obama

QUANDO Barack Obama tomou posse, houve quem antevisse uma fase de franca supremacia do Partido Democrata. Além da vitória na Casa Branca, os partidários de Obama obtiveram maioria tanto na Câmara quanto no Senado.
As eleições em alguns Estados americanos, nesta semana, indicam que a hegemonia democrata, no eleitorado, já é menos confortável do que há um ano.
Na disputa do governo da Virginia, Bob McDonnel, republicano, derrotou o democrata Creigh Deeds. Surpreendente foi a eleição, para governar Nova Jersey, do conservador Chris Christie sobre Jon Corzine, da sigla de Obama. O republicano Michael Bloomberg sagrou-se prefeito de Nova York pela terceira vez.
Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca, considera os temas locais -não relacionados, portanto, a Obama- determinantes para o êxito republicano.
A hipótese faz sentido, desde que relativizada diante do empenho pessoal do presidente para eleger os democratas. A partir do momento em que Obama se envolve na disputa estadual, ela ganha ares de embate nacional. E é justamente no ambiente nacional que se dá o enfraquecimento da chamada "obamania".
Se estas eleições locais se associam só indiretamente à queda da popularidade do presidente, a votação da reforma de saúde no Congresso -que contempla a expansão do programa estatal hoje restrito às famílias mais pobres- poderá alterar o quadro.
Proposta semelhante foi apresentada por Bill Clinton no início de seu mandato e foi derrotada. Agora Obama volta à carga, enfrentando a vigorosa resistência não apenas de republicanos, mas também de eleitores no espectro de influência dos democratas. Do resultado desta batalha e, sobretudo, do desempenho da economia nos próximos dois anos, dependem as chances de sucesso político da gestão Obama.


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