São Paulo, quarta-feira, 08 de fevereiro de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Caixa
"O título da reportagem "Caixa ignorou alerta interno ao fazer negócio com BMG" (Brasil, 6/2) não condiz com a verdade e é contraditório em relação às informações prestadas pela Caixa Econômica Federal. Em primeiro lugar, a Caixa não ignorou nenhum alerta interno. Todos os pareceres referentes à operação de compra da carteira do BMG foram favoráveis. Quanto ao documento citado, referente a uma avaliação de risco de crédito de instituições financeiras e definição de limites de risco, ele serve, como diz o nome, apenas como parâmetro para a empresa tomar decisões que possam minimizar possíveis riscos financeiros com o crédito, não se referindo em absoluto à operação de compra de carteira do BMG. Na nota enviada à Folha, a Caixa explica que a compra de carteira de empréstimos sob consignação é uma negociação que independe da análise interna de risco de crédito da instituição, pois se trata da compra de um ativo que não tem relação com essa instituição. A Caixa tem garantia de que esses ativos serão honrados, garantia dada pelo desconto em folha de pagamento dos tomadores. Caso a instituição vendedora viesse a ser liqüidada, a Caixa não teria nenhum problema, pois o ativo já lhe pertence. As informações estão publicadas pela Folha, mas, considerando o primarismo do erro expresso no título, parece apenas motivação política e desejo de comprometer a imagem da Caixa nessa operação normal. A reportagem fala do lucro obtido pelo BMG com a operação, mas se "esquece" de mencionar o lucro da Caixa, acima da média do mercado para esse tipo de negócio -da ordem de R$ 355 milhões até o momento."
Gabriel Nogueira, assessor de imprensa da Caixa Econômica Federal (Brasília, DF)

Martins
"A morte de Aldemir Martins significa a perda de um homem que era muito mais do que uma referência ou um ícone da pintura brasileira. Foi um autêntico mestre pela qualidade de seu trabalho, pela história de vida e pela capacidade de colocar em suas imagens uma visão muito própria de diversos aspectos do ser humano. Suas paisagens remetem ao Nordeste, mas, acima de tudo, mostram a habilidade no trabalho com tons de azul e de amarelo na criação de atmosferas ilídicas e intensas. O mesmo ocorre com as paisagens marinhas, que atingem um estado de intensa luminosidade e de alegria, convidando o observador a participar com encantamento dessas imagens."
Oscar D'Ambrosio, jornalista, crítico de arte e mestre em artes pelo Instituto de Artes da Unesp (São Paulo, SP)

Ética
"Quando afirma que "a ética do PT é roubar", FHC lança um insulto a milhares de filiados honestos do partido e apela para a estratégia suja de atribuir à coletividade da agremiação os delitos cometidos por alguns de seus dirigentes, transformando a exceção em regra. A defesa da ética, bandeira histórica do partido, apesar de abalada pelos recentes casos de corrupção, continua viva no trabalho de muitos de seus quadros."
André de Souza Vieira (Curitiba, PR)

 

"Li ontem que "Lula orienta PT a processar FHC por declarações" (pág. A8). O que mais me impressiona é o "pudor" demonstrado por Ricardo Berzoini quando diz que a declaração feita por FHC ofende 800 mil filiados do PT. Agora pergunto: como ficam os mandos e desmandos do senhor Delúbio e companhia bela, que certamente ofenderam muito mais do que 800 mil brasileiros?"
Nelson Gonçalves (São Paulo, SP)

Educação terceirizada
"A respeito do editorial "Terceiros na educação" (Opinião, pág. A2, 6/2), gostaria de destacar o que chamaria de privatização da educação em doses homeopáticas, ou seja, os convênios de municípios com empresas privadas de ensino, que não deixam de ser uma transferência de recursos públicos para o setor privado. É importante salientar o respeito à autonomia didática e pedagógica das escolas e dos professores e a democratização da gestão educacional, ambas resguardadas na LDB, além do direito do aluno ao livro didático, independentemente da metodologia adotada pela escola ou o sistema de ensino. Além disso, denúncias se sucedem em vários municípios em relação às escolhas e aos processos de licitação, eivados de suspeição, beneficiando empresas do setor educacional. Destaco também que, há muito, especialmente no Estado de São Paulo, os educadores questionam o esvaziamento e o sucateamento da Cenp -Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas-, que deveria oferecer e promover a formação continuada para milhares de professores da rede pública, tanto estadual como municipal. A ausência de uma política de formação consistente vem auxiliando a terceirização crescente."
Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL-SP (Brasília, DF)

Charges do islã
"Duvidar do Holocausto? Não pode. Menosprezar negros? Não pode. Ridicularizar homossexuais? Não pode. Diminuir as mulheres? Não pode. Caricaturar o profeta e ofender muçulmanos? Sim, sim, claro, afinal temos de defender a liberdade de expressão."
Luis Kehl (São Paulo, SP)

Sem-teto
"Em relação à reportagem "Serra dá até R$ 5 mil para sem-teto deixar SP" (Cotidiano, pág. C1, 7/2), seria oportuno perguntar ao "candidato" José Serra se essa solução seria adotada para os sem-teto brasileiros? E quanto ele iria pagar e para onde iria mandá-los?"
Nagib Abdala Filho (Brasília, DF)

Memória?
"A reportagem "Desaprovação ao Congresso cai 13 pontos em três meses", publicada ontem (Brasil, pág. A4), parece confirmar que o brasileiro, realmente, tem memória curta. Desde o início do imbróglio político no ano passado, 19 parlamentares foram acusados de envolvimento com os escândalos. Apenas dois foram cassados. Dois foram absolvidos pelos colegas, quatro renunciaram para fugir das possíveis punições e 11 aguardam julgamento, em processos que se arrastam há vários meses. Tivemos o espetáculo da convocação extraordinária do Congresso, em que muitos parlamentares embolsaram gorda remuneração sem que tenham produzido qualquer coisa que justificasse esse ganho. Recentemente, o presidente da Câmara tentou montar um esquema de comparecimento às sextas e segundas-feiras e, a julgar pelas presenças nas duas últimas datas, pode-se considerar um fracasso essa iniciativa. Enquanto isso, reportagens de grande relevância continuam na gaveta. Creio que já não se trata de memória curta, mas, sim, de absoluta falta dela."
Sérgio Pimenta (Belo Horizonte, MG)

Taxa municipal
"Em relação à nota "Frango assado", publicada ontem no "Painel" (Brasil, pág. A4), gostaria de informar que a lei sancionada pela Prefeitura de São Paulo, de autoria do vereador Chico Macena e que institui a cobrança de monitoramento de eventos particulares pela CET, não prevê a cobrança de taxa para eventos como quermesses e todos aqueles que tiverem caráter social e de apoio a projetos ou entidades."
Marilu André, assessora de comunicação do vereador Chico Macena (São Paulo, SP)


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