São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Energia nuclear
"Quantas vezes os EUA ou outro país do Primeiro Mundo permitiu a entrada de comissões de investigação de assuntos nucleares em suas usinas? Logo, espero que o ministro Celso Amorim seja incisivo ao defender o direito do segredo técnico-científico nuclear brasileiro com respeito ao enriquecimento de urânio. Sejamos um pouco menos quintal!"
Renato Baladore (Itapeva, SP)

 

"Com referência à reportagem "Máquina pode produzir urânio para bomba" (Brasil, pág. A10, 7/4), a INB (Indústrias Nucleares do Brasil) reafirma seus propósitos de utilização da tecnologia de enriquecimento de urânio para fins exclusivamente pacíficos, voltados para a geração de energia elétrica. As instalações da INB em Resende estão dimensionadas exclusivamente para processar urânio com um nível de enriquecimento de até 5%, segundo processo de licenciamento da CNEN, com o fim de atender às necessidades das usinas termoelétricas Angra 1 e Angra 2. O enriquecimento de urânio depende não só das máquinas, como de todo um sistema de apoio, e os equipamentos e os sistemas de apoio da INB não contemplam a alternativa de produzir urânio com nível de enriquecimento maior do que 5%. As salvaguardas da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Material Nuclear e da Agência Internacional de Energia Atômica, e a supervisão da CNEN, garantem que as instalações jamais serão utilizadas para outros propósitos senão o de atender a produção de energia elétrica."
Carlos Passos Bezerril, diretor técnico de Enriquecimento da INB (Rio de Janeiro, RJ)

O sonho acabou
"Pesquisa Ibope aponta uma queda de 34% para 28% na avaliação de ótimo e bom do governo. Passados apenas 15 meses, fica restabelecida a verdade histórica de que não mais que um quarto dos eleitores brasileiros simpatiza com o PT. Os outros 75% que votaram contra o governo em 2002, acreditando em fantasias como Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e que o PT faria um governo diferente e cumpriria as excelentes propostas que alardeava, caíram na real. A realidade, frustrante, é que o PT está conseguindo fazer um governo muito pior do que os anteriores, apesar de contar com a colaboração incondicional dos que sempre estiveram no governo desde o golpe de 1964. Morreu a esperança de ser feliz!"
Décio Luiz Gazzoni (Londrina, PR)

Lição
"O bom senso recomenda que nós, sociedade brasileira, não devemos depositar nossas esperanças de desenvolvimento e justiça social num único homem ou partido político. Até porque os exemplos históricos mostram que, se fosse assim, as ditaduras teriam resolvido a questão da exclusão social no Brasil. Mas não resolveram. E essa é uma lição que precisamos assimilar. Precisamos aprender que o desenvolvimento sem exclusão social é obra de toda a sociedade. E, para isso, é preciso limitar o poder dos governantes e do Estado; é preciso saber controlar o poder que a sociedade delegou, seja aos partidos, seja aos políticos, seja aos governantes."
Joseph Santilho (São Paulo, SP)

Cautela e responsabilidade
"O equilíbrio das contas e o controle da inflação são fundamentais para a credibilidade e seriedade do governo. Evidentemente, para incentivar o setor produtivo e, conseqüentemente, a oferta de empregos, é preciso que a meta de superávit primário, a taxa básica de juros e a elevada carga tributária sejam reduzidas. Mas a redução deve ser gradual, com muita cautela e responsabilidade e conforme a conjuntura econômica do momento, senão assistiremos novamente a um fenômeno semelhante ao fracasso do Plano Cruzado. Esse plano aumentou demasiadamente o consumo, causando a falta de produtos nas prateleiras dos supermercados e a volta da inflação."
Rubens Ito (São Paulo, SP)

Universidade
"Excelente o artigo "A reforma universitária e o corporativismo" ("Tendências/ Debates", pág. A3, 7/4), do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, a respeito dos problemas da universidade, que já são bem conhecidos. No tocante à admissão de professores e/ou pesquisadores, há inúmeros casos de insatisfação por parte dos candidatos que participam de processos seletivos, sem nenhuma chance de serem admitidos, ainda que suas condições possam ser superiores às do candidato previamente escolhido. Dessa forma, o processo seletivo se resume a uma farsa. Já passa da hora de mexer nessa estrutura doentia e torná-la minimamente transparente e em condições de atender às demandas sociais, que não são poucas e são urgentes."
Cida Sepulveda (Campinas, SP)

Horror e liberdade
"Na crônica "Assunto macabro" (pág. A2, 7/4), Carlos Heitor Cony aponta, corajosamente, a diferença entre a liberdade de expressão e o uso do horror em nome da cultura. Na esquerda e na direita, intelectuais vendem seu talento em nome de escândalos, traindo códigos de limites da civilização. Cony desnudou as vestais da omissão."
Jacob Pinheiro Goldberg (São Paulo, SP)

Vôlei
"Sobre a reportagem "Primo pobre, Pinheiros busca feito na Superliga" (Esporte, pág. D2, 31/3), compete-nos esclarecer que o Esporte Clube Pinheiros tem 147 atletas praticantes de vôlei, divididos nas categorias pré-militantes (53), militantes (7) e sócios (87), feminino e masculino -adulto, juvenil, infanto-juvenil, infantil e master (oito equipes). Parte do custo de todas essas categorias é patrocinado pelo prestígio da Blue Life, e o valor mencionado na reportagem abrange não só a equipe feminina principal, mas todas as 16 equipes do Pinheiros, pelo período de um ano. Assim sendo, o valor noticiado não se refere apenas ao time principal, como pode transparecer daquela reportagem, mas a todas as mencionadas categorias."
Antonio de Alcântara Machado Rudge, presidente do Esporte Clube Pinheiros (São Paulo, SP)

Resposta da repórter Mariana Lajolo -
A informação de que o time feminino consome cerca de R$ 1,5 milhão por ano foi fornecida e confirmada pelo diretor de vôlei do clube, José Henrique Amorim.

Tráfego solidário
"Se o crescimento do número de motoqueiros nas ruas da capital paulista significa maior risco de acidentes, isso se deve à crença de que somente os automóveis merecem espaço no trânsito. A matéria "Moto conquista sem-carro e preocupa OMS" (Cotidiano, pág. C6, 7/4) aponta que motociclistas, ciclistas e pedestres são as maiores vítimas. Ora, são justamente esses os mais injustiçados. O que falta é que a sociedade urbana aplique no trânsito o mesmo conceito de inclusão que procura beneficiar outras minorias. Está na hora de ciclistas e motoqueiros terem o mesmo direito de circular que os motoristas de automóvel. Os acidentes continuarão ocorrendo enquanto eles tiverem de disputar espaço nas brechas entre os carros."
Francine Lima (São Paulo, SP)

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